Rede de drogarias movimenta R$ 50 milhões em esquema de lavagem de dinheiro

Cerca de R$ 50 milhões foram movimentados entre 2019 e 2023 por uma rede de drogarias investigada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A operação, denominada “Hígia”, busca desarticular o esquema de lavagem de dinheiro ligado a milicianos da Zona Oeste da cidade.

A Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) cumpre, nesta terça-feira (26), 16 mandados de busca e apreensão.

A investigação foi conduzida pela DCOC-LD, que utilizou documentos de inteligência financeira e análise de vínculos para identificar a conexão entre os proprietários das drogarias e grupos criminosos da região.

Os levantamentos apontam que os envolvidos utilizavam os estabelecimentos comerciais como fachada para lavar dinheiro oriundo de atividades ilícitas, especialmente do tráfico de drogas e outras práticas criminosas associadas à milícia local.

O volume de dinheiro movimentado pelas empresas é considerado incompatível com o porte e a natureza das operações comerciais. Além disso, os investigadores identificaram indícios de que laranjas eram empregados para esconder os reais donos das drogarias, com o intuito de dificultar a rastreabilidade das operações financeiras ilegais.

“O que chamou a atenção foi a utilização de laranjas para abertura de algumas unidades, pessoas que não têm a menor capacidade financeira para ostentar esse tipo de sociedade, bem como relato de funcionários de conselhos de fiscalização, como Conselho Regional de Farmácia, que sofreu ameaça de milicianos ao efetuarem fiscalização em unidades dessa rede”, explicou o delegado Renan Mello, da DCOC-LD.

A rede de drogarias está instalada principalmente em áreas dominadas por milicianos, que, segundo as apurações, também usaram de intimidação para afastar fiscalizações e impedir investigações dos órgãos competentes.

A operação visa cumprir mandados de busca e apreensão em imóveis ligados aos proprietários e associados da rede de drogarias, sendo a maioria das ações realizadas na Zona Oeste do Rio.

A operação é um desdobramento de investigações que começaram em 2022, quando foi identificado um grande fluxo financeiro incompatível com a atividade comercial dos envolvidos. A Polícia Civil acredita que os criminosos utilizavam essas empresas como uma das principais vias para a lavagem de recursos provenientes de suas atividades ilícitas.

A medida também faz parte de uma estratégia mais ampla das autoridades para combater esquemas de lavagem de dinheiro que envolvem empresas de fachada, especialmente aquelas localizadas em regiões de forte influência de organizações criminosas.

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