Cientistas relacionam aumento de casos de demência com aquecimento global

A University of Washington descobriu que a exposição à fumaça de incêndios florestais pode aumentar as chances de uma pessoa ser diagnosticada com demência. As informações estão apresentadas com detalhes em um novo artigo científico, que destaca a mudança climática como principal culpada no aumento da frequência e da gravidade dos incêndios florestais.

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O estudo já tinha sido anunciado na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer em julho, mas foi publicado na última segunda (25) na revista JAMA Neurology.

Para o estudo, os autores analisaram os registros de saúde de 1,2 milhão de idosos (acima dos 60 anos) livres de demência. Eles estimaram a exposição de longo prazo de cada pessoa às substâncias liberadas por incêndios florestais  ao longo de três anos e identificaram aqueles que receberam um diagnóstico de demência no final desse período. 


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Os cientistas observaram que cada aumento de 1 micrograma por metro cúbico de partículas finas (PM2.5) em incêndios florestais em três anos também elevou as chances de um diagnóstico de demência em 18%.

O risco é ainda maior entre pessoas que vivem na alta pobreza. Uma teoria levantada pelos pesquisadores é que, por conta das moradias de menor qualidade, fique mais fácil de entrar fumaça nas casas. Outra possível razão seria a incapacidade de famílias de baixa renda de pagar por sistemas de filtragem de ar.  

 

O estudo, conduzido nos EUA, menciona que a crise climática aumentou os incêndios florestais no país ao ponto de causar o que eles chamam de “temporada da fumaça”, prejudicando drasticamente a qualidade do ar.

“Embora os indivíduos possam se proteger com filtros de ar e máscaras, precisamos de uma solução global para a mudança climática”, diz o comunicado da universidade.

Mudanças climáticas e demência

As mudanças climáticas potencializam doenças neurológicas, principalmente demência, esclerose múltipla e Parkinson. O acidente vascular cerebral (AVC) também é mais prevalente. Tudo graças a esse material particulado fino descrito no estudo (PM2.5). 

Um relatório do governo do Reino Unido mostra que a poluição do ar pode acelerar o declínio mental por causa do dano causado pelas partículas aos vasos sanguíneos (afetando, assim, o suprimento de sangue para o cérebro) e a entrada de minúsculas partículas diretamente no cérebro através da passagem nasal.

 

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