PF revela que golpe de Bolsonaro não ocorreu por falta de apoio

Brasília – A Polícia Federal (PF) divulgou nesta terça-feira (26) um relatório no qual confirma que o golpe de Estado planejado por Jair Bolsonaro e aliados não se concretizou devido à falta de adesão de setores-chave das Forças Armadas. Segundo o documento, a tentativa de golpe estava marcada para 15 de dezembro de 2022, mas foi frustrada pela postura do comandante do Exército, Freire Gomes, e outros líderes militares. A investigação também aponta que o Exército e a Aeronáutica se opuseram ao plano, inviabilizando a ação.

O relatório de indiciamento foi acessado após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de retirar o sigilo do documento. A PF acusou Bolsonaro, Anderson Torres, Braga Netto, e Mário Fernandes, entre outros, por tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito.


Plano golpista: o que foi previsto pela Polícia Federal

Segundo a PF, o plano de golpe visava a realização de um golpe de Estado três dias após a diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e do vice, Geraldo Alckmin, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ocorreria no dia 15 de dezembro de 2022. No dia 12 de dezembro, após a diplomação, houve um incidente em que manifestantes tentaram invadir a Polícia Federal em Brasília e realizaram atos de vandalismo, como incendiando ônibus.

O relatório aponta que Bolsonaro recebeu em 13 de dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada, Anderson Torres, então ministro da Justiça, e os generais Braga Netto e Mário Fernandes, ambos indiciados no caso. Além disso, o comandante do Exército, Freire Gomes, também esteve presente no encontro. No mesmo dia, o grupo golpista planejava uma operação clandestina para prender o ministro Alexandre de Moraes, do STF.


O fator que impediu a consumação do golpe

Apesar das movimentações golpistas, a PF conclui que o plano foi cancelado devido à falta de apoio das Forças Armadas, especialmente do Exército. O relatório detalha que Freire Gomes e o alto comando do Exército mantiveram uma postura institucional, não aderindo ao golpe. Isso causou insegurança nos articuladores do plano, que viram o golpe inviabilizado.

“Apesar de todas as pressões realizadas, o general Freire Gomes e a maioria do alto comando do Exército mantiveram a posição institucional, não aderindo ao golpe de Estado”, afirmou a Polícia Federal. A falta de adesão das forças armadas também foi um fator determinante para a decisão de Bolsonaro de não assinar a minuta de decreto golpista, que estava pronta para ser assinada.


A reação da Aeronáutica e da Marinha

De acordo com o relatório, a tentativa de golpe também foi frustrada pela Aeronáutica, que se opôs ao movimento, assim como o Exército. Contudo, a investigação aponta que o comandante da Marinha, Almir Garnier, e o ministro da Defesa, Paulo Sérgio, demonstraram apoio ao golpe, mas não conseguiram mobilizar o apoio necessário dentro das forças armadas.

A PF detalha ainda que, sem o apoio das principais forças armadas, o grupo golpista não teve condições de avançar na consumação do ato, que exigiria a adesão massiva de tropas para que fosse bem-sucedido.


O que estava em jogo?

A operação golpista tinha como objetivo anular os resultados das eleições de 2022, que deram vitória a Lula e Alckmin. No entanto, a falta de adesão das forças armadas e a resistência do alto comando do Exército impediram que o golpe fosse consumado, frustrando os planos do grupo.

A implementação do golpe estava prevista para ocorrer nos dias seguintes à diplomação dos candidatos eleitos, mas as tentativas de articulação não passaram de um planejamento.


Entenda, saiba mais

1. O que impediu o golpe de ser consumado?
A principal razão foi a falta de apoio das Forças Armadas, especialmente do Exército e da Aeronáutica, que se posicionaram contra a ação golpista.

2. Quando o golpe de Estado estava previsto para acontecer?
O plano estava marcado para o dia 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação de Lula e Alckmin.

3. Quem foram os principais envolvidos no plano golpista?
Jair Bolsonaro, Anderson Torres, Braga Netto, Mário Fernandes e Freire Gomes, entre outros, são os principais indiciados pela PF.

4. Como a investigação revelou o plano?
O relatório da PF revelou as articulações, encontros e trocas de informações que evidenciam a tentativa de golpe.

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