Misterioso barulho no fundo do oceano intriga a ciência há 60 anos

O oceano é repleto de mistérios e de criaturas que a ciência ainda não descobriu. Entre os segredos do fundo do mar, está um som repetitivo, como se fosse um pato grasnando. O barulho intriga pesquisadores há mais de 60 anos, desde os anos 1960, e diferentes hipóteses já foram defendidas. Agora, a ideia é que o som é uma forma de conversa entre animais marinhos

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Por lembrar o barulho de um pato, o som foi apelidado de Bio-Duck. No entanto, ele não é emitido por nenhum pato que vive nas águas da Antártida. É possível que as emissoras sejam baleias, mas a espécie responsável pelo diálogo submerso ainda não foi 100% confirmada.

 

Durante o 187º Encontro da Sociedade Acústica da América, que aconteceu na última semana nos EUA, um grupo de pesquisadores reacendeu o debate sobre o misterioso barulho do fundo do oceano.


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Misterioso som do fundo do mar

O som do fundo do mar foi identificado, pela primeira vez, por submarinos na década de 1960, em diferentes pontos do Oceano Antártico. Em julho de 1982, pesquisadores que realizavam experimentos na bacia de Fiji, que é próxima da Nova Zelândia, escutaram o barulho, através de uma antena acústica.

“O som era tão repetível que não conseguíamos acreditar a princípio que era biológico”, conta Ross Chapman, pesquisador da Universidade de Victoria (Canadá) e um dos presentes no encontro da ASA. 

Em seguida, outros grupos de pesquisa identificaram sons semelhantes em outras regiões da Nova Zelândia e da Austrália. Isso os fez concluir que era um barulho de origem biológica, ou seja, era produzido por alguma criatura marinha.

Qual a origem do “barulho”?

Em 2014, uma possível explicação para o misterioso barulho foi publicada na revista Animal Behaviour. Os sons eram emitidos por grupos de baleia-minke-antártica (Balaenoptera bonaerensis), e existem evidências de que elas emitem sons semelhantes.

Misterioso barulho do fundo do mar intriga a ciência desde os anos 1960 e pode ter relação com baleias da Antártida (Imagem: Jerzy Strzelecki/Wikimedia Commons/CC BY 3.0)

No entanto, a espécie não é encontrada em todos os locais que relataram o som desconhecido, o que levanta a hipótese de que outros cetáceos (orcas, baleias, golfinhos e botos integram o grupo) estejam envolvidos no mistério. Independentemente disto, o que Chapman defende é que esses áudios sejam uma forma de comunicação, cuja mensagem ainda não foi decifrada.

“Descobrimos que geralmente havia vários ‘falantes’ diferentes em diferentes lugares do oceano, e todos eles faziam esses sons”, detalha Chapman. “O mais surpreendente era que quando um ‘falante’ estava se pronunciando, os outros ficavam quietos, como se estivessem ouvindo. Então o primeiro ‘falante’ parava de falar e ouvia as respostas dos outros”, completa. Por enquanto, os humanos são apenas ouvintes desta “língua” desconhecida.

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