Cinemateca lança projeto de preservação do maior acervo do futebol brasileiro

O Brasil é o país do futebol. Seja com Pelé, Romário ou Ronaldo, a seleção brasileira conquistou o mundo com seus títulos, suas fintas e seu estilo de jogo bonito e cativante. E se é bem verdade que o atual momento da canarinha não é dos melhores, é também fato de que o nosso passado é brilhante. Há, no entanto, um imenso vazio na história do futebol brasileiro. São décadas com poucos registros do nosso futebol.

A Cinemateca Brasileira quer resgatar essa memória com o projeto Canal 100, uma iniciativa que busca recuperar, catalogar, restaurar e distribuir o acervo do antigo cinejornal criado por Carlos Niemeyer em 1957. A iniciativa conta com o apoio do Instituto Cultural Vale, da Shell e do Itaú.

Em amistoso disputado em 1965, Flavio Minuano abraça Pelé. O Brasil venceu a Bélgica por 5 a 0. (Imagem: Divulgação/Cinemateca Brasileira)

O programa, que durou até o ano de 1986, revolucionou a comunicação futebolística e registrou os momentos mais importantes de uma das fases mais encantadoras da história do futebol brasileiro — do tricampeonato em 1970 ao esquadrão de 1982.


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“Trata-se de uma aula sobre a segunda metade do século XXI”, afirmou Gabriela Sousa de Queiroz, diretora técnica da Cinemateca Brasileira, sobre o material do acervo. Além do conteúdo sobre futebol, o cinejornal também focava em assuntos sociais, culturais e políticos da época.

O acervo do Canal 100 foi comprado pela Cinemateca em 2011 e chegou a começar a ser restaurado, mas crises na instituição impediram que o processo fosse concluído. Agora, o esforço é retomado após alcançar um orçamento de 22 milhões de reais.

“Captamos 40% do valor do projeto e decidimos iniciá-lo. Temos uma joia nas mãos”, disse Maria Dora Mourão, diretora geral da Cinemateca Brasileira. O objetivo primário da iniciativa é analisar e processar cerca de 4 mil latas de filmes que ainda não foram abertas.

De acordo com as diretoras, a ideia é catalogar o conteúdo existente nesses filmes, recuperá-los e, posteriormente, digitalizá-los. A Cinemateca Brasileira também se comprometeu com a duplicação fotoquímica dos rolos de filmes.

Ao fim do processo — que é estimado para 2026 —, a instituição planeja criar uma mostra itinerante que divulgue os melhores registros futebolísticos do Canal 100 ao redor do Brasil.

“Tão importante quanto produzir e exibir, é guardar e proteger nossa memória cinematográfica”, afirmou Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura.

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