Como vai o intestino? O que a frequência de idas ao banheiro diz sobre sua saúde

 A frequência com que uma pessoa evacua (ou vai ao banheiro para fazer o número 2) está ligada à saúde a longo prazo, segundo estudo que investigou o comportamento tão pouco comentado e repleto de tabus de 1,4 mil pessoas nos EUA. O ideal é que o intestino funcione pelo menos uma vez por dia.

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Liderado por pesquisadores do Institute for Systems Biology (ISB), o estudo sobre o tema polêmico revelou a existência de duas situações que mais fazem mal quando se pensa no intestino: quadros de diarreia (com muitas idas ao banheiro) e de constipação (quando a pessoa não consegue fazer o número 2).

Adiantamos que, aparentemente, diferentes fatores podem contribuir com o número de vezes que alguém evacua. De modo geral, as pessoas mais jovens, as mulheres e aqueles com menor Índice de Massa Corporal (IMC) tendem a ir ao banheiro com menos frequência. 


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Número de idas ao banheiro por dia

Publicado na revista Cell Reports Medicine, o estudo sobre os movimentos peristálticos ligados à evacuação envolveu a análise de dados clínicos, de estilo de vida e biológicos (como testes de sangue e genéticos, além de amostras do microbioma intestinal) dos voluntários. Os 1,4 mil recrutados tinham mais de 18 anos e eram considerados saudáveis no início da pesquisa. 

Para avaliar o impacto das idas ao banheiro na saúde, os pesquisadores dividiram os participantes em quatro grupos, com base na frequência de evacuação:

  • Constipação: uma ou duas evacuações por semana;
  • Normal-baixa: três a seis evacuações por semana (quase uma por dia);
  • Normal-alta: uma a três evacuações por dia;
  • Diarreia: mais de quatro evacuações por dia.

Problemas de saúde relacionados ao intestino

“Esse estudo mostra como a frequência dos movimentos intestinais pode influenciar todos os sistemas do corpo e como a frequência disfuncional desses movimentos pode ser um fator de risco importante no desenvolvimento de doenças crônicas”, afirma Johannes Johnson-Martinez, principal autor da pesquisa, em nota.

Estudo relaciona o número de idas ao banheiro com o risco de doenças crônicas mesmo em pessoas saudáveis (Imagem: Twenty20photos/Envato)

Para entender o problema, os micróbios normalmente “consomem” parte da fibra alimentar disponível no intestino e, com isso, liberam os benéficos ácidos graxos de cadeia curta. Quando a pessoa não vai ao banheiro com regularidade, a quantidade de fibras é esgotada e esses micróbios passam a fermentar proteínas, o que produz uma série de toxinas, como indoxil sulfato.

“Mesmo em pessoas saudáveis ​​que sofrem de constipação, há um aumento dessas toxinas na corrente sanguínea”, explica Gibbons. Um dos efeitos nocivos na saúde é que elas podem prejudicar os rins, aumentando o risco de doenças futuras.

Do lado oposto, quando a pessoa vai muitas vezes ao banheiro, o corpo acaba excretando ácido biliar em excesso, o que acaba prejudicando o fígado e pode acarretar em problemas no futuro. 

Melhorando a saúde intestinal

Apesar dos resultados da pesquisa, é possível melhorar a rotina de idas ao banheiro e tornar os movimentos intestinais mais próximos do que é ideal para a boa saúde. Entre as recomendações, estão as três principais:

  1. Incluir frutas e vegetais na dieta;
  2. Beber água com regularidade;
  3. Praticar atividade física.

Em caso de dúvidas ou mesmo de problemas envolvendo a hora de fazer o número 2, a indicação é buscar aconselhamento médico de um gastroenterologista, onde poderá ser definido o melhor tratamento individualizado.

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