Smart TVs: a evolução tecnológica e o que o futuro reserva

A televisão, um dispositivo onipresente em centenas de milhões de lares, percorreu um longo caminho desde sua invenção na década de 1920. Das TVs analógicas com tubos de raios catódicos e imagens “chuviscadas” aos painéis elegantes e inteligentes de hoje, a jornada da tecnologia televisiva é marcada por inovação constante, transformando não apenas a forma como consumimos conteúdo, mas também o próprio conceito de entretenimento, tornando-o cada vez mais imersivo. Os capítulos finais de uma novela, uma série de suspense no streaming ou um jogo de campeonato na telona são passaportes para a emoção.

Inicialmente, a busca por melhor qualidade de imagem impulsionou avanços como o aumento da resolução. A televisão evoluiu dos padrões analógicos para os digitais, atingindo a alta definição (HD) e, posteriormente, 4K e 8K. A cada salto, a nitidez e o detalhe das imagens atingiram novos patamares, oferecendo uma experiência visual mais completa. De acordo com um relatório de 2023 da consultoria Grand View Research, o mercado global de TVs 4K deve atingir US$ 380,15 bilhões até 2030, impulsionado pela crescente demanda por qualidade de imagem superior e preços mais acessíveis.

No entanto, a resolução por si só não garante uma experiência visual totalmente satisfatória. Tecnologias como HDR (High Dynamic Range – Alta Gama Dinâmica) surgiram para expandir as gamas de cores e contraste. O resultado são imagens mais realistas, com pretos mais profundos e brancos mais brilhantes, aproximando a experiência visual daquilo que o olho humano percebe no mundo real.


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Ao mesmo tempo, diferentes tecnologias de painel, como OLED e Mini LED, competem por participação de mercado, cada uma com suas vantagens e desvantagens em termos de reprodução de cores, contraste, ângulo de visão e, claro, preço – um fator significativo na escolha do consumidor.

A evolução não se limita ao visual. O áudio também recebeu atenção especial, com tecnologias que proporcionam som imersivo e tridimensional. Sistemas de som avançados simulam a experiência do cinema na sua sala de estar, adicionando camadas de profundidade e realismo ao conteúdo. A integração com assistentes virtuais transformou as TVs em verdadeiros hubs de controle para a casa conectada, permitindo que os usuários controlem dispositivos, acessem informações e realizem tarefas com comandos de voz.

A convergência da TV e da internet abriu novas possibilidades de interação. Plataformas de streaming tornaram-se parte integrante da experiência televisiva, oferecendo acesso a um vasto catálogo de filmes, séries e programas sob demanda. A conectividade também abriu caminho para novas formas de entretenimento, como jogos online diretamente na TV, sem a necessidade de consoles.

O futuro

O que podemos esperar das TVs do futuro? A tendência aponta para telas com tecnologias ainda mais sofisticadas, com micro LEDs e telas dobráveis ou enroláveis ganhando terreno. A inteligência artificial desempenhará um papel crucial na personalização da experiência, ajustando automaticamente a imagem e o som de acordo com as preferências do usuário e o ambiente. A realidade aumentada poderá se integrar às TVs, sobrepondo elementos virtuais e informações ao conteúdo exibido, criando formas inéditas de interação e entretenimento.

Em resumo, a televisão continua sua jornada de transformação, impulsionada por avanços tecnológicos que visam não apenas aprimorar a experiência audiovisual, mas redefinir o papel da TV na casa conectada. O futuro prevê uma profunda integração com outros dispositivos e plataformas, transformando a TV em mais do que um meio de exibição – em um hub inteligente e intuitivo para controlar diversos aspectos de nossas casas.

Além de ser uma interface para ajustar a iluminação, temperatura e outros dispositivos inteligentes, a TV se tornará um hub interativo, adaptando-se às nossas necessidades e se distanciando do seu papel passivo de aparelho de entretenimento. A convergência de tecnologias nas televisões promete revolucionar não apenas a forma como consumimos conteúdo, mas também como interagimos com o ambiente ao nosso redor, criando um sistema doméstico cada vez mais inteligente e conectado, centralizado em uma tela grande e amigável.

A tendência por telas cada vez maiores se consolida, impulsionada pela busca por experiências mais imersivas, seja para filmes, jogos ou mesmo videoconferências. A popularização de tecnologias como 4K e 8K, que exigem telas maiores para que sua definição seja plenamente apreciada, também contribui para esse movimento. Além disso, o design de interiores moderno, com ambientes amplos e integrados, favorece a adoção de televisores com dimensões generosas, que se tornam o ponto focal da sala de estar e reforçam o conceito de “home theater” dentro das residências. A competição entre fabricantes deve aquecer ainda mais esse mercado, com inovações em design, tecnologia de imagem e recursos de integração com outros dispositivos, tornando as telas grandes cada vez mais acessíveis e desejáveis.

*Eason Cai é CEO da TCL SEMP e presidente da TCL Latin America Business Group

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