Falta de gestão no Monumento Natural do Recreio preocupa moradores

Rio de Janeiro – A ausência de um gestor e de um conselho para o Monumento Natural do Recreio dos Bandeirantes (MoNa Recreio) tem gerado preocupação entre os moradores da região.

A unidade de conservação, criada em maio por decreto municipal, inclui o Morro do Rangel, o Pontal de Sernambetiba e a Pedra de Itapuã. Apesar da proteção legal, a área enfrenta degradação ambiental e falta de fiscalização.

A Associação de Moradores do Recreio (Amor) criticou o descumprimento dos prazos previstos no decreto. O documento estabelecia a nomeação de um gestor em 60 dias e de um conselho em 120 dias, mas nenhuma dessas medidas foi cumprida até agora.

Problemas crescem com a falta de gestão

De acordo com a presidente da Amor, Simone Kopezynski, a ausência de supervisão tem causado danos à vegetação e ao ambiente.

“No Pontal, um barraqueiro instalou um portal e hasteou uma bandeira sem autorização. A restinga está sendo destruída pelos quiosques, e no Morro do Rangel, visitantes fazem trilhas sem guia, o que prejudica o local. Precisamos de um gestor para monitorar a área e um conselho para apoiar as ações”, afirmou Simone.

A presidente reforçou que o gestor tem papel crucial na fiscalização e na comunicação com as autoridades, enquanto o conselho integra sociedade civil e governo para discutir soluções.

Importância ambiental e histórica

O MoNa Recreio abriga uma rica diversidade de fauna e flora, incluindo espécies como jiboias, urubus-pretos e gambás de orelha preta, além de plantas nativas como bromélias e jerivás. Para Simone, as formações geológicas da área têm um valor histórico inestimável.

“A Pedra de Itapuã foi cenário de um desembarque francês em 1790. O Morro do Rangel possui inscrições rupestres, e a Pedra do Pontal é um marco geológico que conecta as praias do Recreio e do Pontal na maré baixa”, explicou.

Apesar de tombados pelo Iphan, os locais ganharam maior proteção ao serem transformados em Monumento Natural.

APA da orla do Recreio não foi incluída

A associação também reivindicava a criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) na orla do Recreio, entre os postos 1 e 2, mas o pedido não foi atendido no decreto. Segundo Simone, a APA seria essencial para proteger o entorno do monumento.

“Sem a proteção do entorno, o monumento pode acabar sufocado, como aconteceu com o Morro da Viúva no Flamengo, cercado por prédios”, destacou.

Prefeitura promete medidas

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima (Smac) informou que o gestor será nomeado até o fim do mês e que o conselho será formado em seguida. A pasta também afirmou que o plano de manejo começará a ser elaborado após a conclusão de projetos em outras unidades de conservação.

Sobre as irregularidades no Pontal, a Secretaria Municipal de Ordem Pública notificou o ambulante responsável pelo portal e removeu a bandeira hasteada na Pedra do Pontal.

Entenda o caso: gestão do MoNa Recreio

  • O que é o MoNa Recreio? Uma unidade de conservação formada por três áreas protegidas no Recreio dos Bandeirantes.
  • Quais são os problemas atuais? Falta de gestão, degradação ambiental e irregularidades.
  • O que prevê o decreto? Nomeação de gestor, criação de conselho e plano de manejo.
  • Por que a APA é importante? Protege o entorno e evita construções que impactem o monumento.
  • O que diz a prefeitura? Promete resolver as pendências até o primeiro semestre de 2025.

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