Cleiton Profeta é condenado por publicação homofóbica contra Leonel Camasão

O vereador eleito Cleiton Profeta (PL) de Joinville, no Norte de Santa Catarina, foi condenado nesta segunda-feira (16) ao pagamento de indenização a Leonel Camasão (PSOL), vereador eleito de Florianópolis. A decisão ocorre após publicação homofóbica feita por Profeta contra Camasão no começo do ano.

Cleiton Profeta (à esquerda) fez publicações ofensivas a Leonel Camasão (à direita) – Foto: Reprodução/ND

As ofensas foram publicadas por Cleiton Profeta no perfil dele no X no dia 16 de fevereiro. Os posts foram feitos após Camasão conseguir na justiça a derrubada de decretos que flexibilizavam a vacinação contra Covid-19 para crianças.

Na publicação, realizada enquanto Profeta ocupava uma cadeira na Câmara, o joinvilense afirmou que o vereador eleito da capital “trocou a mãe dos filhos por uma [sic] macho aidético”. A publicação fez referência ao fato de Camasão ser bissexual e seu marido conviver com o vírus HIV. Veja o post:

Publicação foi feita no X (antigo Twitter) – Foto: Reprodução/ND

Embora o político joinvilense não tenha citado nenhum nome na publicação, o juiz Luiz Claudio Broering, do 1º Juizado Especial Cível da Comarca da Capital, entendeu que as ofensas eram direcionadas, sim, a Camasão, seus filhos, marido e ex-companheira.

Na defesa, Profeta afirmou que o post se referia ao “clube do carimbo”, organização criminosa que transmitia intencionalmente o vírus HIV para crianças por meio de violência sexual, mas a alegação não convenceu o magistrado.

“Há direcionamento da postagem a uma pessoa, e não a um grupo, e nem sequer há indícios de que algum integrante da suposta organização criminosa tenha as características mencionadas pelo demandado”, afirmou o juiz na decisão.

Profeta deverá indenizar Camasão

Além de uma indenização de R$ 10 mil que deverá ser paga a Camasão e seu marido, Profeta ainda deverá excluir a postagem no X. O vereador ainda pode recorrer.

A reportagem do Grupo ND procurou a assessoria do parlamentar, que afirmou não ter sido intimada oficialmente sobre a sentença e, até a publicação desta notícia, não se manifestou sobre o caso. O espaço permanece aberto.

Para o vereador eleito de Florianópolis, a condenação mostra que não se pode “dizer qualquer absurdo na internet”. “Se tratando de um vereador da maior cidade de Santa Catarina, essa condenação é ainda mais importante porque ela serve de exemplo para políticos como ele, que usam da imunidade parlamentar para cometer crimes”.

Além do processo na esfera cível, Camasão também move ações criminais contra Profeta por LGBTfobia e sorofobia.

 

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