Quem é o pregoeiro que viajou para Dubai com dinheiro de corrupção

Na manhã desta quarta-feira (18/12), a Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou a segunda fase da Operação Ypervoli, para desmantelar um esquema de corrupção, fraude em licitações e desvio de recursos públicos em Cidade Ocidental (GO), no Entorno da capital do país. O escopo da investigação são contratos com valores que somam mais de R$ 120 milhões.

O principal alvo da ação é Gabriel Paixão de Jesus (foto em destaque), pregoeiro público e ex-secretário extraordinário de Cidade Ocidental. Ele é acusado pelos delitos de fraude em licitações, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Ainda segundo a investigação, Gabriel teria desviado recursos públicos por meio de contratos manipulados e, ao longo do processo, sido beneficiado com o dinheiro da corrupção para bancar uma vida luxuosa.

O pregoeiro, que tinha um salário de cerca de R$ 10 mil, ostentava um padrão de vida incompatível com a renda. Ele foi flagrado ao circular com carros de luxo, como BMW e Porsche, e fazer viagens internacionais para cidades como Dubai (Emirados Árabes Unidos), Madri (Espanha), Nova York (Estados Unidos) e Fernando de Noronha (PE).

Veja imagens dos veículos:

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Além disso, Gabriel ostenta uma casa de luxo, avaliada em R$ 1,65 milhão, que também teria sido paga com dinheiro proveniente dos desvios.

Além disso, a festa de casamento do investigado teria sido custeada por empresas que se beneficiaram dos contratos fraudulentos.

A operação desta quarta-feira (18/12), que abrange o Distrito Federal e Goiás, visa identificar empresas e servidores envolvidos no complexo esquema de corrupção por meio do qual parte dos recursos destinados a contratos de transporte escolar, da saúde e da educação eram desviados, em benefício de empresários e funcionários públicos.

O esquema

As investigações da PF e da CGU verificaram que o esquema de corrupção tinha raízes na Prefeitura de Cidade Ocidental. Contratos suspeitos começaram a ser fechados ainda em 2017 e foram prorrogados até este ano.

Entre os principais documentos firmados estão os de transporte escolar e de aluguel de veículos. Um dos contratos chegou a gerar um pagamento aproximado de R$ 117 milhões. No entanto, parte significativa desse valor foi desviada, devido a um superfaturamento de R$ 63 milhões – mais da metade do valor total.

Uma das empresas suspeitas, a Farias & Veloso, registrou um faturamento de R$ 2,4 milhões a partir de contratos com a prefeitura do município goiano, mas apresentava discrepâncias significativas em relação às estruturas física e financeira.

A empresa, que deveria contar com uma frota considerável de veículos para justificar o volume de negócios fechados, tinha como sede um hotel e apresentava capital social de R$ 90 mil, quantia muito abaixo do valor movimentado pela firma.

Consequências

A Operação Ypervoli é um desdobramento da investigação iniciada em setembro deste ano, que levou à prisão preventiva de Gabriel Paixão de Jesus, acusado de fraudar licitações em contratos que somam R$ 65 milhões.

Durante a operação, também foram identificados mais de 100 contratos fraudulentos, que beneficiaram empresas ligadas aos envolvidos no esquema e causariam grandes prejuízos ao município.

Além da prisão de Gabriel, a primeira fase resultou no afastamento temporário do prefeito Fábio Corrêa (PP) e na proibição da assinatura de novos contratos públicos com as pessoas físicas e jurídicas envolvidas no escândalo.

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