Mark Hamill revela como o Coringa o salvou do ostracismo de Star Wars

Para muitos, Star Wars é uma franquia clássica universal que sempre agradou a todo tipo de público, mas, em certo período, apenas os fãs mais dedicados é que a mantinham viva. Isso aconteceu porque, do final da primeira trilogia, em 1983, até a volta aos cinemas, em 1999, uma geração inteira ficou sem um novo longa nas telonas. Esse foi um período difícil para Mark Hamill, o eterno Luke Skywalker, que só manteve seus trabalhos graças à atuação vocal do Coringa, em Batman: The Animated Series.

Em um episódio recente do podcast Politickin, Hamill relembra sua audição para Batman: The Animated Series. Ele acreditava que sua fama em Star Wars seria um obstáculo, já que Luke Skywalker é um personagem muito diferente do Coringa. Essa crença o levou a comparecer ao teste sem grandes expectativas, o que por sua vez permitiu que ele se divertisse atuando. 

“Eu adoraria fazer o teste, mas queria interpretar um vilão que nunca tivesse sido feito antes. Cara-de-Barro, Duas-Caras, tanto faz. Mas disseram ‘você tem um teste para o Coringa’. Eu disse ‘oh, é um pouco de destaque. Jack Nicholson foi tão bom e Cesar Romero…’.”

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Hamill lembra que muitos fanboys perderam a cabeça ao desaprovar a escalação de Michael Keaton como Batman. E, nessa atmosfera, ele também se perguntava: “O que eles vão se sentir sobre Luke Skywalker interpretando o Coringa?”. 

“Não tem como eles me escalarem. Então, normalmente você entra e se você quer muito o papel, às vezes sua ansiedade pode levar ao seu melhor”, recorda, dizendo que o fato de você estar fora da sua zona de conforto muda tudo quando não se é mais uma estrela sendo uma unanimidade.

Um novo universo de possibilidades

E, assim, de forma despretensiosa, Hamill, que não via bons horizontes profissionais sem um capítulo de Star Wars à vista no começo dos anos 1990, acabou encontrando no “mundo da dublagem” um novo universo repleto de possibilidades.

Hamill achou o “mundo da dublagem” especialmente acolhedor e cheio de pessoas talentosas, e ele gostou da grande variedade de papéis que ele poderia assumir, independentemente de sua aparência física ou voz regular. Em suas próprias palavras, “eles escalam com os ouvidos, não com os olhos”. 

“E o que aconteceu foi que realmente mudou minha carreira no sentido de que abriu portas no mundo da dublagem, e o mundo da dublagem é um dos subconjuntos mais talentosos do show business. E onde quer que você vá, se fizer seu trabalho e for pontual, você não é uma ‘prima donna’. Você é aceito pela comunidade da Broadway, pela comunidade off-Broadway e assim por diante. Então, você sabe, quando comecei a fazer vários papéis além do Coringa, fui muito rapidamente aceito por pessoas que admiro muito.”

“E eu não sei, perdi a conta de quantos desenhos animados fizeram mais de mil desde 92, mas sim, eles escalam com os ouvidos, não com os olhos. Então você vai poder interpretar personagens que nunca teria na câmera”, complementou. Mark Hamill dublou o Coringa em vários projetos diferentes da DC, incluindo as franquias de videogame Arkham e LEGO, vários programas de animação e filmes, como a série Birds of Prey.

Além do Coringa, Mark Hamill também dublou personagens como Chucky no reboot de Child’s Play de 2019, Skips em Apenas um Show, Ozai em Avatar: The Last Airbender e Arnim Zola em vários projetos animados da Marvel. E, claro, com Star Wars de volta com tudo nos últimos, ele também voltou a ser o eterno Luke Skywalker.

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