São Carlos ganha um time de “predadoras” no vôlei feminino

São Carlos ganha um time de “predadoras” no vôlei femininoMarcos Escrivani

São Carlos tem a fama de formar talentos em várias modalidades esportivas, dando oportunidade para garotos e garotas. O celeiro na Capital da Tecnologia é vasto e generoso. Mas nos últimos anos, atletas mais experientes passaram a compor equipes, nas mais variadas idades que passaram a representar o nome esportivo da cidade.

Um dos exemplos surgiu há seis meses, com a criação da equipe de vôlei feminino Eagles (Águias), que participou e conquistou resultados expressivos em competições estaduais, apesar de recém-formada. Agora, o próximo passo é ambicioso e em 2025 disputar o CWB Vôlei Master Brasil, o maior evento da categoria de toda a América do Sul.

São 18 atletas, mulheres ou profissionais do dia a dia que, além de terem seus afazeres pessoais, dedicam-se ao vôlei feminino, uma paixão que nasceu ainda quando eram meninas.

Um dos exemplos é a levantadora Vânia (Valéria Gonzaga). Aos 49 anos, é mãe de Ruan (24 anos) e de Lucas (12 anos). Atua profissionalmente como Psicóloga, mas é uma apaixonada pela modalidade esportiva.

“Comecei a treinar na AVS, em 1989, com o Leonel (professor). Como atleta, participei de campeonatos amadores e nunca parei. O Vôlei sempre esteve intimamente ligado”, confessou.

Vânia disse que Udo (que já jogou profissionalmente por São Carlos, dependendo a Tapetes/Abasc na Superliga) é o técnico. A equipe treina duas vezes por semana e aluna uma quadra esportiva para as atividades. “Tudo é custeado pelos integrantes da equipe. O dinheiro sai do nosso bolso”, comentou.

O início

Três mulheres participaram dos primeiros passos do Eagles: Cláudia Tavoni, 48 anos, Isis Dagnoni, 42 anos e Vânia Valéria Gonzaga, 49 anos.

O trio idealizou a equipe, bem como as responsáveis pelo sugestivo nome. Cláudia, empreendedora, ficou responsável pelos uniformes. Isis, igualmente empreendedora, pelo marketing e Vânia, psicóloga, por parceiros, patrocínio e divulgação na imprensa.

Vânia disse que a primeira competição do Eagles foi em maio, quando sagraram-se campeãs da Série Prata de um festival em São Pedro. “Tinha mais de 150 equipes competindo”, lembrou. Depois, em Limeira, mais um título, a Série Bronze de um campeonato disputado por 17 equipes.

Na última competição do ano, mais um troféu. Em agosto, o Eagles iniciou a participação na Copa Sesc de São Carlos, na categoria Livre e sagraram-se campeãs invictas e sem perder um set sequer. Seis times participaram do torneio. A final foi no dia 8 deste mês e a equipe bateu o Country Club por 2 sets a 0, parciais de 25/20 e 25/14.

Voo ambicioso

Predadoras, a Eagles quer voar alto e em 2025, diante das vitórias conquistadas este ano, foram convidadas para participarem do CWB Vôlei Master Brasil, o maior evento de vôlei master feminino de toda a América do Sul, que será de 1º a 4 de março em Curitiba/PR. A equipe irá participar na categoria +35 e pelo menos 17 equipes irão buscar o título. Além de agremiações brasileiras, vão competir mexicanas, argentinas, peruanas, entre outras. Ao todo, pelo menos 90 clubes já confirmaram presença no campeonato internacional.

Despertar

Indagada sobre o Eagles, Vânia disse que o time surgiu após a criação do Projeto Despertar, salientando que São Carlos pode ter atletas em todas as idades.

“É louvável dar oportunidade para meninas e formar uma base. Ensinar crianças. Mas e a ‘melhor idade’? Questionou. Acredito que temos que incentivar mulheres maduras, fazer com que elas despertem para uma vida saudável, ter qualidade de vida. Por isso queremos incentivar a formação de equipes masters. Assim é uma válvula de escape para mulheres com mais de 30 anos. Treinar, jogar vôlei e representar a cidade. Desenvolver e aprender esta apaixonante modalidade esportiva”, dissertou.

Mais ajuda

Apesar do empenho, dedicação e superação, o Eagles enfrenta desafios além quadra. Vânia disse que a equipe não tem um ginásio para poder treinar. “Temos uniformes, pagamos inscrições. Mas não temos onde praticar atividades. Recentemente fizemos rifas para poder custear nossa estadia e participar no torneio internacional. Mas não temos o transporte. Estamos pedindo apoio para poder representar a cidade. Já buscamos ajuda na Prefeitura Municipal, mas ainda não obtemos resposta”, lamentou.

Quem são?

Além de Vânia, mais 17 mulheres/profissionais/atletas integram a Eagles. São cidadãs são-carlenses que se dedicam ao vôlei como prática esportiva e buscar representar a cidade em competições.

Abaixo a relação completa das “predadoras” são-carlenses:

Vânia Gonzaga, 49 anos, psicóloga.

Cláudia Tavoni, 48 anos, empreendedora

Ísis Dagnoni, 42 anos, empreendedora

Jéssica Silva, 35 anos, enfermeira

Rafaela Torrezam, 35 anos, enfermeira

Evelaine Rodrigues, 45 anos, professora

Débora Teixeira, 36 anos, professora

Daiza Bueno, 40 anos, empreendedora

Cássia Maquedano, 40 anos, advogada

Gabriela Cavalcante, 37 anos, dona de casa

Cíntia Veríssimo, 35 anos, personal

Sandra Maria dos Santos, 41 anos, dona de casa

Valeska Silva, 35 anos, administrativo

Fonte: São Carlos Agora. Leia o artigo original: São Carlos ganha um time de “predadoras” no vôlei feminino

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