Alguns minutos de atividade física têm efeito direto na memória e no cérebro

Não é segredo que a prática de atividade física melhora a saúde, mas pesquisadores britânicos acabaram de descobrir que alguns minutos diários são suficientes para aumentar a cognição, a memória e o funcionamento geral do cérebro. A situação melhora a cada 30 minutos extras de exercício. É interessante observar que os efeitos permanecem por 24 horas.

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Liderado por pesquisadores do Colégio Universitário de Londres (UCL) e da Universidade de Oxford, o estudo mediu os efeitos de atividades físicas moderadas ou vigorosas em pouco mais de 70 adultos saudáveis, com idades entre 50 a 80 anos. A melhora na capacidade da memória, durante os testes, foi notável, como aponta estudo publicado na revista International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity

Efeito da atividade física no cérebro

A atividade física impacta o cérebro de diferentes formas. Por exemplo, há o aumento no fluxo sanguíneo na região cerebral, o que estimula a liberação de neurotransmissores, como as endorfinas. 


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Estudos recentes também apontam para o fato de que o corpo em movimento amplia a capacidade de conectividade dos neurônios no hipocampo, que é a região relacionada com a memória e a capacidade de aprendizado. Isso explicaria, em tese, os resultados observados no experimento. Indo além, algumas pesquisas em andamento sugerem que o exercício frequente consegue até aumentar o volume do hipocampo, com função protetora contra o declínio cognitivo.

Estudo de Oxford descobre os efeitos de atividades físicas de curta duração na capacidade de memória no cérebro (Imagem: Andrea Piacquadio/Pexels)

Embora estes mecanismos estejam em pleno funcionamento, o estudo britânico não avaliou os processos internos, mas, sim, os efeitos práticos nas capacidades cognitivas. Para isso, os voluntários realizaram uma série de testes cognitivos por oito dias, o que incluia a avaliação da atenção, da memória, da função executiva, da velocidade de processamento e da velocidade psicomotora. Foram checados o nível de atividade física (a partir de acelerômetros) e da rotina de sono.

Segundo os autores, quem praticava mais atividade que o normal em um dia, tende a se sair melhor nesses testes no dia seguinte, especialmente os que envolvem a memória. Cada 30 minutos adicionais foi associado a uma melhora na pontuação individual.

Atividade moderada ou vigorosa significa qualquer coisa que aumente sua frequência cardíaca. Então, pode ser uma caminhada rápida, dança ou subir alguns lances de escada. Não precisa ser um exercício estruturado [dentro da academia]”, explica Mikaela Bloomberg, pesquisadora da UCL e autora principal do estudo, em nota sobre o que amplia a função cerebral.

Exercício físico e boa noite de sono

Além da importância da atividade física, os pesquisadores descobriram que boas noites de sono também melhoram a capacidade de memória. Aqui, o destaque é para o prolongamento da fase conhecida como sono com movimento rápido dos olhos (ou sono REM). Quando os dois fatores são combinados (descanso e exercício), as pessoas tendem a apresentar os melhores resultados.

“Nossas descobertas sugerem que os benefícios da atividade física para a memória de curto prazo podem durar mais do que se pensava, possivelmente até o dia seguinte, em vez de apenas algumas horas após o exercício”, afirma a pesquisadora Bloomberg. “Dormir mais, principalmente dormir profundamente, também parece contribuir para essa melhora da memória”, completa.

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