MPF denuncia homem que enviou 73 aranhas caranguejeiras pelos Correios

São Paulo — Um morador de Campinas, no interior de São Paulo, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal após tentar mandar para a Alemanha, pelos Correios, 73 aranhas caranguejeiras, sem autorização da autoridade ambiental competente. O homem também mantinha dentro de casa 364 espécies da fauna brasileira e 138 vindas de outros países, entre aranhas, escorpiões e cobras, incluindo algumas consideradas em perigo de extinção.

Os animais silvestres eram anunciados em um grupo do WhatsApp e vendidos tanto no mercado nacional como internacional.

Os crimes foram descobertos em outubro de 2023, quando o pacote com as caranguejeiras foi encontrado por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no setor de remessa postal internacional dos Correios, em São Paulo. Porém, o nome usado pelo criminoso para enviar a mercadoria era falso.

As investigações conduzidas pelo MPF identificaram o endereço IP do computador utilizado para acessar o código de rastreio dos Correios e, assim, chegaram ao verdadeiro remetente da encomenda.

Na casa do suspeito em Campinas, foram encontrados mais de 500 animais silvestres. Entre as espécies brasileiras, estavam diversas serpentes, incluindo caninana, falsa coral e diferentes tipos de jiboia, além de escorpiões, lacraias, um papagaio verdadeiro e mais de 300 aranhas caranguejeiras. O denunciado também mantinha em cativeiro animais exóticos, entre os quais o chamado escorpião-imperador e a lagartixa leopardo, e possuía caixas com cerca de 100 baratas dos tipos Red Runner e de Madagascar.

O homem foi preso em flagrante e agora denunciado pelo MPF por crimes contra a fauna, previstos na Lei 9.605/98.

Ele é acusado de exportar e manter em cativeiro animais silvestres sem autorização da autoridade ambiental competente, conduta agravada pelo fato de envolver espécies ameaçadas de extinção. A denúncia do MPF inclui, ainda, o crime de falsidade ideológica, visto que o acusado utilizou documento falso para enviar as aranhas pelos Correios sem ser identificado.

 

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