Europa e as Proibições de Natal: Uma História de Conflitos e Mudanças

Bruxelas – O Natal, uma das festividades mais universais da Europa, já enfrentou momentos de proibição em várias nações. Desde disputas religiosas até mudanças políticas, a celebração foi suprimida em diferentes períodos históricos. A Escócia, a Inglaterra e a França, por exemplo, protagonizaram episódios marcantes em que as tradições natalinas foram alvo de restrições.

No entanto, os esforços para suprimir a celebração frequentemente encontraram resistência popular. De reformas protestantes ao avanço do ateísmo em regimes como o soviético, as práticas natalinas mostraram resiliência e adaptabilidade.


Escócia e Inglaterra: Reformas contra o Natal

Em 1640, o parlamento escocês baniu as festividades natalinas, conhecidas como “férias de Yule”. A decisão buscava combater influências católicas após a conversão do país ao protestantismo. Apenas em 1958, o Natal foi oficialmente reconhecido como feriado na Escócia.

Na vizinha Inglaterra, o regime puritano de Oliver Cromwell aprovou, em 1647, uma proibição semelhante que também incluía a Páscoa. Contudo, essa restrição foi amplamente ignorada pela população e revogada em 1660, com a restauração da monarquia.


França Revolucionária e o Culto da Razão

A Revolução Francesa, em 1793, adotou medidas drásticas para eliminar feriados religiosos. O objetivo era descristianizar o país, promovendo práticas ateias, como o Culto da Razão. Apesar das igrejas fechadas em 24 e 25 de dezembro, muitas famílias francesas mantiveram suas tradições em casa. A repressão terminou em 1801, quando Napoleão assinou uma concordata com a Santa Sé.


União Soviética: Ateísmo e Festividades

A União Soviética aboliu todas as festividades religiosas em 1929, como parte de sua doutrina ateísta. Essa política reflete o esforço de regimes autoritários para suprimir a influência religiosa sobre a sociedade.


Diferenças nos Calendários Religiosos

As celebrações natalinas variam na Europa porque a Igreja Católica e algumas igrejas ortodoxas seguem calendários distintos. Em 1582, o Papa Gregório XIII reformou o antigo calendário juliano, criando o calendário gregoriano.


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Enquanto a maioria dos cristãos ocidentais celebra o Natal em 25 de dezembro, algumas igrejas ortodoxas que ainda seguem o calendário juliano comemoram em 7 de janeiro. Países como Sérvia, Rússia e Geórgia mantêm essa tradição. Em contrapartida, outros, como Grécia e Romênia, adotaram o calendário gregoriano.

Após a invasão russa em 2023, a Ucrânia decidiu transferir sua celebração oficial para 25 de dezembro, alinhando-se ao calendário ocidental.


Diferenças Regionais na Celebração do Natal

A importância da véspera de Natal varia em diferentes partes da Europa. Em países como Alemanha, Suécia e Noruega, a noite de 24 de dezembro tem maior relevância e é o momento principal de troca de presentes.

Já no sul, em países como Portugal, Espanha e Itália, tanto a véspera quanto o dia de Natal têm igual importância. Contudo, o dia 25 costuma reunir um número maior de pessoas em celebrações prolongadas.

No Reino Unido, o dia de Natal recebe mais destaque. Na Escócia, por razões históricas e culturais, o Ano Novo (“Hogmanay”) ocupa um papel mais central do que o Natal.


Entenda o caso: Tradições Natalinas e Seus Desafios na Europa

  • Escócia e Inglaterra: Proibição de festas natalinas durante reformas protestantes.
  • França: Descristianização e proibição de feriados religiosos na Revolução.
  • União Soviética: Supressão de celebrações religiosas em regimes ateístas.
  • Calendários distintos: Diferenças entre os calendários gregoriano e juliano.
  • Ucrânia: Mudança para 25 de dezembro após tensões políticas com a Rússia.
  • Regiões e datas: Valorização da véspera em países do norte da Europa.

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