Suicídio fake: testemunhas dizem que suspeita confessou assassinato

Testemunhas anônimas ajudaram a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) a desvendar o plano de um casal para forjar o suicídio de Samara Regina da Costa Dias, 21 anos. Após descobrir a estratégia da dupla, a 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro) cumpriu mandados de prisão temporária contra Tiago Alves Cajá, 24, e Thalissa dos Santos Araújo (ambos na foto em destaque), 21, nesta sexta-feira (27/12).

As informações repassadas por meio de denúncias à PCDF davam conta de que Thalissa teria dito em um bar que o casal planejou o assassinato. A polícia acredita que Samara dormia, quando teria sido dopada e assassinada, segundo o delegado-chefe da 15ª DP, João Ataliba Neto.

“Como a vítima acabou não falecendo, eles decidiram enforcá-la, praticar morte por asfixia. Aí, tentaram simular o suicídio dela, na tentativa de garantir a impunidade”, comentou o investigador.

Tiago e Thalissa moravam em uma casa no mesmo lote de Samara, em Ceilândia. O casal acreditava, de acordo com as investigações, que conseguiria ficar com o imóvel e demais bens da vítima. Ainda segundo o relato de uma das testemunhas, a suspeita teria dito que matou a amiga de infância e detalhado o crime durante uma conversa de bar.

Thalissa também teria contado que planejou o assassinato com Tiago. O casal teria dopado e asfixiado a vítima; enrolado um lençol ao redor do pescoço dela; e derrubado uma cadeira na qual Samara estaria “sentada”. O delegado Ataliba, porém, afirmou que a altura da forca na cena do suposto suicídio chamou a atenção dos policiais, pois a janela onde o lençol havia sido amarrado era muito baixa.

O laudo cadavérico inicial não indicou qualquer sinal de luta ou violência física aparente contra a vítima. Por outro lado, os policiais encontraram remédios no imóvel e, agora, aguardam os resultados de exames toxicológicos.

Uma outra testemunha anônima relatou que, após ser agredida por Tiago, data em que denunciou o companheiro por violência doméstica e o acusou de ter matado Samara sozinho. A pessoa ouvida pela polícia também disse que Thalissa ficou descontrolada após a prisão do namorado e que falou em voz alta sobre ambos terem cometido o crime para se apossarem da casa e de outros bens da vítima.

Uma terceira testemunha anônima contou aos policiais que Tiago teria jogado o aparelho de celular de Samara nos trilhos do metrô, para esconder evidências de que o objetivo do casal seria ficar com o lote da vítima. Ainda segundo o delegado, entre os depoimento, há informações de que Thalissa também teria participado da asfixia da amiga.

Com o fim das investigações, o casal pode ser indiciado por homicídio duplamente qualificado e fraude processual, com possível inclusão de agravantes, como obrigação de que a vítima ingerisse medicamentos, para ter a própria defesa dificultada. Somadas, as penas pelos crimes podem levar a 34 anos de prisão.

Tiago ainda não foi ouvido após as mais recentes descobertas por meio das apurações, pois estava preso por violência doméstica. Thalissa negou ter cometido homicídio e acusou o companheiro de estrangular a vítima, mas confessou ter ajudado a simular o suicídio.

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