Atletas do River Plate presas por racismo ganham liberdade provisória

São Paulo — A Justiça paulista concedeu liberdade provisória às quatro jogadoras do River Plate envolvidas em um caso de injúria racial na derrota para o Grêmio na Ladies Cup, em 20 de dezembro. Candela Díaz, Camila Duarte, Juana Cangaro e Milagros Díaz foram presas em flagrante após uma delas ser flagrada imitando um macaco na direção de um gandula, em meio a uma confusão generalizada entre as jogadoras dos dois times ao fim da partida.

De acordo com a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), as jogadoras terão que cumprir medidas cautelares de comparecimento mensal em juízo para justificar as suas atividades.

Além disso, ficou determinado pelo juiz Fernando Oliveira Camargo que elas estão proibidas de mudar de endereço sem prévia comunicação à Justiça, e devem realizar o depósito de R$ 25 mil, no prazo de cinco dias, para indenizar as jogadoras brasileiras.

Logo após as ofensas racistas ao fim da partida que terminou em 1 x 1 no Estádio Canindé, na zona norte de São Paulo, as jogadoras do River foram levadas para a 6ª Delegacia de Polícia, na capital paulista.

Na ocasião, a Justiça manteve a prisão em flagrante das atletas, levando em consideração a falta de vínculo delas com o Brasil. Ao Metrópoles, a advogada das argentinas, Thaís Sankari, chegou a afirmar que as atletas estavam assustadas com a situação.

No último sábado (21/12), as prisões foram convertidas em preventivas e as jogadoras do time argentino foram encaminhadas para a Penitenciária do Carandiru. A defesa entrou com um pedido de habeas corpus, mas ele foi negado na terça-feira (24/12).

A advogada Thais Sankari foi procurada novamente pela reportagem para comentar a concessão de liberdade provisória, mas não houve retorno. O espaço permanece aberto.

A organização do torneio decidiu excluir o River Plate; portanto, o Grêmio foi considerado o vencedor da partida. Além disso, o time argentino está proibido de participar das duas próximas edições da competição.