Saiba por que em 1º de janeiro se celebra o Dia da Confraternização Universal

 

O dia 1º de janeiro, além de marcar o início de um novo ano, também é o Dia da Confraternização Universal. A origem da data não possui apenas um motivo, e sim a união de aspectos históricos, culturais e religiosos.

No Brasil, a data foi definida como Dia da Fraternidade Universal em 1935 pelo então presidente Getúlio Vargas. Na época, o país e o mundo estavam em um período de instabilidade e a criação do feriado buscava remediar o cenário, afirma Wesley Espinosa Santana, professor de História e Sociologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

“Na época, o Brasil estava no meio da era Vargas, que trouxe certas incertezas para o país. Lá fora, você tinha ditadores fascistas no poder, e os EUA, junto do mundo, estavam se recuperando do ‘crash’ da bolsa de 29. O período já possuía um simbolismo de paz, renovação e união, o que aconteceu foi apenas uma oficialização no Brasil, explica.

Alguns anos depois, em 1968, o Papa Paulo VI publicou uma carta onde sugeria que o primeiro dia de janeiro deveria ser o “Dia da Paz”, prezando a união dos povos em prol de um mundo mais “feliz, ordenado e civilizado”.

Com isso, o primeiro dia do ano foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia da Fraternidade Universal.

Por que o ano começa no dia 1º de janeiro?

O ano-novo pode mudar dependendo do país por questões culturais. Na China, a virada de ano segue um calendário lunar, colocada a celebração entre o fim de janeiro e meados de fevereiro. Mesmo assim, na maior parte do mundo, janeiro foi escolhido por conta de uma herança dos romanos e da decisão da Igreja Católica.

Em Roma, por muito tempo, o calendário vigente era o juliano.Nele, o início do ano foi fixado em janeiro, mês que homenageia o deus Janus. A divindade representava o início e o fim, as mudanças e as transições, ao ponto de ser representado com uma cabeça de duas faces, uma olhando para o passado e a outra para o futuro.

Muitos anos depois, em 1582, o Para Gregório XIII criou o calendário gregoriano, que usava o juliano como base, mas corrigindo um problema com os anos bissextos que ele tinha. Nesse momento, foi mantido o costume de realizar a passagem de ano em janeiro e, com o tempo, o calendário se espalhou pelo mundo, se tornando hoje o padrão internacional.

Dia da Paz

Por mais que a ONU considere o dia 21 de setembro como o Dia Internacional da Paz, desde 1968, 1 de janeiro também é o “Dia da Paz”. A celebração foi criada pelo Papa Paulo VI como uma sugestão, mas acabou sendo adotado ao redor do globo, principalmente em países com influência católica.

Desde então, todos os anos, no dia 1 de janeiro, o Papa vigente manifesta uma mensagem de paz para o mundo, abordando temas políticos, sociais, mas sempre com uma perspectiva de fé e em busca da paz, explica Luís Corrêa Lima, padre jesuíta e professor do departamento de teologia da PUC-Rio.

“Historicamente, a busca pela paz sempre foi algo presente na religião cristã. Na bíblia, encontramos varias passagens, como em Mateus capitulo 5 , versículo 9, ‘bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus’. A Igreja, inclusive, fazia o papel de mediadora para resolução de conflitos, algo que acontece até hoje. Como resultado dessa herança, surgiu a ideia do Dia da Paz para promover a união, o perdão, a renovação, a paz entre os povos”, complementa o religioso.

Dia 1º de janeiro é feriado?

O primeiro dia do ano é um feriado nacional desde 1935, quando o então presidente Getúlio Vargas decretou a lei nº 108, criando o Dia da Fraternidade Universal.A data foi, inclusive, ratificada em 1949, pela lei nº 662, e em 2002, pela lei nº 10.607.

De acordo com a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), todo trabalho é vetado em feriados nacionais. A regra não se aplica para pessoas com profissões consideras essenciais, como médicos, jornalistas, enfermeiros e policiais. Também é possível que, por meio de acordo em convenção coletiva ou norma legal, o trabalhador tenha que comparecer ao serviço.

Contudo, para esses casos, a legislação prevê o pagamento dobrado ou a compensação do dia trabalhado em outro momento (folga).

Fonte: Valor Econômico

 

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.