Aumento de transporte em Salvador trará impactos negativos no acesso à saúde

O recente anúncio do aumento nas tarifas de transporte público em Salvador levanta preocupações sobre os possíveis impactos negativos no acesso da população aos serviços de saúde. Tornando ainda mais difícil para muitas pessoas, especialmente as de baixa renda, o deslocamento até unidades de saúde, clínicas e hospitais da cidade.

A medida tem como justificativa o resultado dos estudos técnicos da revisão tarifária para o quadriênio 2023-2026, desenvolvidos pela Arsal, e é equivalente à inflação acumulada desde o último reajuste.

É importante destacar que o transporte acessível é um dos pilares para garantir que a população tenha acesso a cuidados médicos essenciais. A falta de condições para pagar pela tarifa pode resultar em atrasos no tratamento de doenças, piora no quadro de saúde de pacientes e, em alguns casos, até a desistência do acompanhamento médico, o que coloca em risco a saúde de uma grande parte da população.

De acordo com o presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia, Marcos Gêmeos, esse cenário agrava as desigualdades de acesso à saúde, já que quem depende do transporte público pode ver seu deslocamento comprometido, prejudicando a qualidade de vida e a saúde.

O estresse e a ansiedade também podem ser agravados com o aumento do custo do transporte público, especialmente entre as classes de menor poder aquisitivo, que enfrentam uma carga financeira extra. Esse fator psicológico pode impactar diretamente a saúde mental da população, criando um ambiente de insegurança e preocupação constante.

Além disso, a superlotação do transporte público em horários de pico, causada pela diminuição no número de pessoas utilizando outros meios de transporte, pode levar ao aumento do risco de doenças transmissíveis, como gripes, resfriados e até doenças respiratórias mais graves, como a tuberculose. Esse ambiente pode se tornar um foco de disseminação de doenças, afetando a saúde coletiva.

Por fim, o aumento do custo do transporte público pode resultar em uma redução da qualidade de vida, limitando o acesso das pessoas a diferentes atividades essenciais, como trabalho, lazer, compras de alimentos saudáveis e outros serviços.
Isso pode afetar o equilíbrio físico e emocional da população, gerando um impacto significativo na saúde de maneira geral.

Hillary Fonseca

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