Parker Solar: 5 curiosidades sobre sonda da NASA que “tocou” o Sol

A sonda Parker Solar, da NASA, fez história ao “tocar” o Sol em 24 de dezembro. Naquele dia, a espaçonave ficou a cerca de 6 milhões de quilômetros da fotosfera, a superfície solar, quebrando seu próprio recorde de proximidade do astro. 

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E não pense que a sonda parou por aí: durante a passagem, ela estava se movendo a mais de 690 mil km/h (o equivalente a 0,064% da velocidade da luz!), tornando-se o objeto artificial mais veloz já criado. Após passar pelo Sol, a Parker enviou à NASA um sinal para confirmar que tudo correu bem e que ela continuava funcionando normalmente. 

Através destas aproximações do Sol, a Parker coleta dados que ajudam os cientistas a entenderem melhor nosso astro, bem como o mecanismo por trás do vento solar repleto de partículas eletricamente carregadas. 


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Abaixo, confira algumas curiosidades sobre esta missão solar da NASA: 

1. A Parker Solar é a 1ª missão que tocou o Sol

Muito se falou sobre a Parker Solar ter ficado tão perto do Sol que é como se tivesse tocado-o, e não é sem motivo; afinal, ela é a primeira espaçonave que realmente “encostou” em nosso astro. Veja só: na década de 1970, a NASA fechou uma parceria com a Alemanha e lançou as sondas Helios-A e B. De fato, a B passou por dentro da órbita de Mercúrio, mas ficou no máximo a 44 milhões de quilômetros do Sol. 

Esquema das camadas do Sol; a Parker Solar atravessou a coroa solar, a camada mais externa do astro (Imagem: NASA/Goddard)

Agora, voltemos à Parker. Com a ajuda de vários sobrevoos por Vênus, ela conseguiu se aproximar do Sol de pouco a pouco até ficar a 6 milhões de quilômetros da fotosfera (a camada mais externa do nosso astro). A distância equivale a 0,04 vezes aquela entre a Terra e o Sol. 

2. O Sol fica diferente aos “olhos” da Parker Solar

Se você já observou o Sol (com proteção adequada nos olhos), pode até ter pensado que nossa estrela nem parece tão grande assim, mas não se engane: o Sol é grande o suficiente para abrigar 1,3 milhões de planetas Terra em interior! 

O aparente tamanho pequeno se deve aos 150 milhões de quilômetros, em média, que separam nosso planeta e a estrela. Já a Parker ficou tão perto do Sol que seus instrumentos o “viram” 25 vezes maior do que o observamos aqui na Terra, sendo também 625 vezes mais brilhante.  

3. O nome da Parker Solar é uma homenagem

Muitas missões da NASA têm nomes que celebram grandes pesquisadores e cientistas, e com a Parker não foi diferente. Ela leva o nome de Eugene Newman Parker, astrofísico da Universidade de Chicago que, na década de 1950, propôs alguns mecanismos para tentar explicar com o Sol e outras estrelas emitem energia. Ele descreveu um sistema complexo de plasma, campos magnéticos e partículas que, juntos, formam o vento solar, que é o fluxo de energia disparado por nosso Sol. 

Dr. Eugene Parker acompanhou o lançamento da Parker Solar, em 2018 (Imagem: Reprodução/NASA/Glenn Benson)

Originalmente, a missão seria chamada de Solar Probe Plus, mas a NASA decidiu dar o nome de Parker a ela em 2017, na véspera do aniversário de 90 anos do astrofísico. “Esta é a primeira vez que a NASA dá nome a uma espaçonave em homenagem a uma pessoa viva”, comentou Thomas Zurbuchen, então administrador associado da Diretoria de Missão Científica da NASA. Parker morreu em 2022, aos 94 anos. 

4. O foguete que lançou a Parker Solar “pegou fogo”

Foi em 12 de agosto que a sonda Parker Solar foi lançada com um foguete Delta IV Heavy, da United Launch Alliance (ULA), empresa norte-americana que realiza lançamentos espaciais. Quando chegou o grande momento do lançamento, nem todo o hidrogênio dos tanques do foguete foi consumido, ou seja, o composto flutuava ao redor do veículo. 

Foguete Delta IV Heavy (Imagem: United Launch Alliance)

Assim que os motores foram acionados, a pluma de exaustão formada devorou o ar ao redor do foguete. Enquanto isso, o hidrogênio que mencionamos se misturou com o ar e entrou em ignição, criando uma verdadeira bola de fogo ao redor dos propulsores — em outras palavras, o Delta IV Heavy pegou fogo

O veículo foi aposentado e substituído pelo Vulcan, também da ULA. 

5. Ela vai encerrar a missão em grande estilo

Assim como aconteceu com outras missões espaciais, a Parker vai se tornar parte do objeto para o qual foi enviada para estudar. É que sua última órbita vai levá-la para dentro daquela de Vênus ao redor do Sol, mas a espaçonave não vai mais conseguir a assistência gravitacional do planeta. Assim, a Parker vai permanecer naquela órbita enquanto tiver combustível para manter seu escudo térmico voltado para o Sol. 

Ejeção de massa coronal flagrada pela Parker (Imagem: U.S. Naval Research Laboratory)

Eventualmente, o combustível vai acabar. Quando isso acontecer, ela não vai mais conseguir manter sua posição e seus componentes vão ficar completamente voltados para o Sol. “A espaçonave vai se romper em pedaços maiores, e depois em pedaços menores, que vão continuar orbitando o Sol”, explicou Linda Tran, heliofísica da NASA. Nada mais poético do que uma missão solar se tornar parte da coroa do Sol, não é?

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