Chances de Trump impor menos tarifas ajudam a explicar queda do dólar

A possibilidade de o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, impor menos tarifas do que o esperado inicialmente ajudam a explicar a queda do dólar no Brasil nesta segunda-feira (6/1). Às 10h45, a moeda americana registrou queda de 1,29% ante ao real, indo a R$ 6,101. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,150, enquanto o valor mínimo foi de R$ 6,093.

A alta global do dólar nos últimos meses, em especial nos países emergentes, tinha como uma das causas principais justamente a tarifação anunciada por Trump. Isso porque aumentos nas tarifas podem acabar por elevar a inflação nos EUA.

Segundo reportagem desta segunda do jornal The Washington Post, assessores de Trump têm estudado tarifas apenas em importações críticas, o que seria uma mudança considerável em relação aos planos do republicano durante a campanha presidencial de 2024.

Como candidato, Trump apelou a tarifas “universais” de até 10% ou 20% sobre tudo o que é importado para os EUA. Muitos economistas alertaram que tais planos poderiam causar choques nos preços. Agora, de acordo com o jornal, a tarifação atingiria somente setores chaves para a segurança do país, como energia e defesa bélica.

Nos últimos dias, Trump reforçou publicamente a sua afinidade com as tarifas, que durante a campanha chamou de “a palavra mais bonita do dicionário”. Na quarta-feira (1º/1), ele postou em sua plataforma de mídia social Truth Social: “As tarifas, e somente as tarifas, criaram esta vasta riqueza para o nosso país… As tarifas vão pagar a nossa dívida e TORNAR A AMÉRICA RICA NOVAMENTE!”.

O americano toma posse oficialmente no próximo dia 20, daqui a duas semanas. Enquanto isso, nesta semana, também estará em foco a divulgação dos dados da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que serão publicados nesta quarta-feira (8/1). Na sexta-feira (10/1), sai o relatório do emprego dos EUA, outro dado que investidores olham com atenção.

Cenário doméstico

No Brasil, o dólar deve ser impactado pela divulgação de indicadores econômicos importantes nesta semana, como a balança comercial e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro, considerado a inflação oficial do país. Com a divulgação do IPCA do último mês na próxima sexta, a inflação de 2024 será fechada e será possível atestar se ela descumpriu ou não o teto da meta, de 4,5%.

Para o mercado financeiro, a taxa de câmbio fechará o ano em R$ 6. As informações estão presentes no primeiro relatório Focus de 2025, divulgado pelo Banco Central (BC). As projeções são frutos da análise de mais de 100 especialistas do mercado financeiro, consultados semanalmente no levantamento do BC.

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