Instagram segue X e vai usar notas da comunidade; entenda o caso

A Meta anunciou hoje (7) que Facebook, Instagram e Threads vão usar um sistema de notas da comunidade similar ao X, na qual os próprios usuários da rede podem checar se há desinformação em um post e adicionar o contexto necessário. A medida começará a ser testada nos EUA nos próximos meses.

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Com a mudança, a empresa abandonou o mecanismo de checagem de fatos feito por veículos independentes, usado desde 2016, alegando que os profissionais do ramo agiam de forma enviesada e influenciavam o discurso político — “um programa com o objetivo de informar frequentemente virou uma ferramenta de censura”, informou a Big Tech em nota. 

O CEO da empresa, Mark Zuckerberg, publicou um vídeo no qual reitera o desejo de “voltar às raízes” sobre liberdade de expressão no Facebook e no Instagram, além de mencionar uma parceria com o governo dos EUA, liderado pelo presidente Donald Trump, para pressionar governos que supostamente perseguem empresas do país. 


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A seguir, veja o que muda com as novas notas da comunidade nos produtos da Meta:

Como vão funcionar as notas da comunidade no Instagram

A ferramenta vai seguir o mesmo molde adotado no X: usuários podem sinalizar que um post contém desinformação e trazer links externos que verifiquem o conteúdo. Em seguida, a própria comunidade vota para decidir se vale a pena incluir uma nota para adicionar contexto. 

A Big Tech trouxe detalhes sobre a implementação da novidade:

  • A Meta não poderá escrever notas da comunidade ou decidir quando elas aparecem — o resultado depende apenas do engajamento dos próprios usuários;
  • As notas vão precisar de um certo consenso para serem aprovadas;
  • A nota não vai ocupar a tela inteira, como ocorria com a checagem de fatos, então as pessoas ainda poderão ver a publicação original;
  • A empresa trabalha em um jeito de mostrar “diferentes pontos de vista” nas notas.

O recurso vai entrar em período de testes nos próximos meses apenas nos Estados Unidos e abriu inscrições para colaboradores interessados no Facebook, no Instagram e no Threads. No X, as notas foram anunciadas em 2021 edistribuídas ao público em 2022 — o recurso ganhou uma chegou ao Brasil com versão em português em março de 2023.

Notas da comunidade são usadas para sinalizar posts com desinformação no X (Imagem: Captura de tela/Canaltech)

Parceria com Trump e mudanças na moderação

Mark Zuckerberg publicou um vídeo para comentar as mudanças na Meta e ainda ressaltou publicamente um esforço da empresa para trabalhar com o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Com muitas falas sobre liberdade de expressão, Zuck acusou governos e veículos de imprensa de pressionarem as redes sociais por censura.

Uma das principais alterações foi simplificar as políticas de conteúdo das plataformas, especialmente para temas como imigração, identidade de gênero e assuntos que fazem parte do debate político. De acordo com a empresa, as regras eram muito restritivas e resultavam na aplicação excessiva de punições. “Não é certo que algumas coisas sejam ditas na TV ou no Congresso dos EUA, mas não em nossas plataformas”, destacou a Meta em nota.

Usuários dos produtos da empresa também poderão voltar a ver posts sobre política — redes como Instagram e Threads decidiram restringir esse tipo de conteúdo nos anos anteriores, mas o rumo mudou após a última eleição presidencial. Zuckerberg reforçou o desejo de “manter comunidades amigáveis e positivas” com o retorno do tema aos feeds e a experiência será personalizada de acordo com os hábitos de cada usuário, como curtir ou ver um post.

Por fim, o CEO mencionou o trabalho com Trump para “proteger a liberdade de expressão em todo o mundo”. 

Zuckerberg comentou casos em que empresas dos EUA são pressionadas por órgãos internacionais para ocultarem conteúdos, como leis regulatórias na União Europeia que supostamente “institucionalizam a censura” e “tribunais secretos” na América Latina que pedem a remoção de conteúdos (nesse exemplo, Zuckerberg não traz evidências sobre o tema).

A menção ao presidente dos Estados Unidos ocorre um dia após a Meta nomear o CEO do UFC, Dana White, para o conselho administrativo da empresa. White é conhecido por seu apoio a Trump e já apareceu nas competições de artes marciais ao lado do bilionário.

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