Tensão cresce entre etnias após estupro coletivo e Força Nacional atua

O Governo Federal enviou a Força Nacional para o município de Barcelos, no Amazonas, após um crime bárbaro contra uma indígena da etnia Baré, chamada Rosimar Santos de Oliveira, de 45 anos (foto em destaque).

Rosa, como era conhecida, foi estuprada e morta por um grupo de três indígenas da etnia Yanomami, enquanto uma quarta pessoa filmava o crime. A gravação circula em aplicativos de mensagem.

O corpo de Rosa foi encontrado em um matagal na área urbana do município na última sexta-feira (3/1). No dia seguinte, uma equipe da Força Nacional pousou na cidade.

De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o efetivo foi enviado para atender a necessidade de pacificação e preservação da ordem pública diante da “situação de tensão envolvendo as etnias Yanomami e Baré”.

Veja onde fica Barcelos (AM):

Arte colorida municipio Barcelos Amazonas - Metrópoles

Revolta

Moradores de Barcelos (AM) estão revoltados com a situação. Movimentos indígenas cobram as autoridades pela prisão dos autores do crime. No último domingo (5/1) foi organizado um protesto pedindo por justiça.

“Este ato é um chamado para todas as vozes se unirem em solidariedade e resistência, reforçando que as vidas das mulheres indígenas importam e que não toleraremos silenciamento nem injustiça”, escreveu a Associação Indígena de Barcelos (Asiba) em nota.

A Federação das Organizações Indígenas de Rio Negro (Foirn) cobrou que as autoridades investiguem o caso com rigor e celeridade, punindo exemplarmente os responsáveis.

“Esse crime bárbaro não será esquecido”, escreveu a organização em uma nota de indignação.

Investigação

A Polícia Civil do Amazonas informou que algumas pessoas já foram ouvidas e as diligências estão em andamento, com apoio da Polícia Militar, para localizar os suspeitos dos crimes.

Através da gravação do crime, foi possível identificar os autores do homicídio e a comunidade onde nasceram. Com uma área de 122.475,73 km², Barcelos é o segundo maior município do Brasil, o que torna a busca pelos fugitivos um desafio significativo devido à vasta extensão territorial.

O MJSP informou que a Força Nacional atua em cooperação com a Funai, lideranças indígenas, Polícia Militar, Polícia Militar, Guarda Municipal e o Exército Brasileiro.

“Reuniões de articulação foram realizadas para alinhar esforços na investigação do crime e promover o diálogo e a estabilização da situação local, que atualmente é considerada controlada”, escreveu em nota. O tamanho do efetivo da Força Nacional não foi divulgado.

Nesta mesma semana, a Força Nacional também foi enviada por conta de conflitos envolvendo indígenas. O caso foi na cidade de Guaíra, no Paraná, onde quatro indígenas do povo Avá-Guarani foram atacados e feridos em um conflito por terras.

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