Oposição fala em “palanque” e critica eventos do governo sobre 8/1

A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fala em “palanque político” e tece críticas ao ato promovido nesta quarta-feira (8/1) pelo Palácio do Planalto em alusão aos dois anos dos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes antidemocráticos invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O líder da oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL-RN), voltou a falar em “democracia relativa” e disse que, quando “centrais sindicais vandalizaram” prédios públicos, as ações foram minimizadas.

“Quando sindicalistas e movimentos alinhados ao PT incendiaram ministérios, vandalizaram prédios públicos, feriram pessoas na Praça dos Três Poderes e provocaram até uma morte, essas ações foram minimizadas. Nenhum desses atos foi tratado como uma ameaça à democracia. Atualmente, quem discorda do governo ou questiona os abusos do Judiciário enfrenta prisão, perseguição e silenciamento, com a aplicação da lei de forma seletiva”, disse Marinho na rede social X.

“Estamos vivendo um momento sombrio, marcado por inquéritos intermináveis e decisões arbitrárias que minam a confiança nas instituições. O Brasil necessita de pacificação e da restauração da normalidade democrática, o que só será possível com uma justiça isenta e igual para todos”, completou o congressista.

O líder da oposição na Câmara, deputado Carlos Jordy (PL-RJ), foi na mesma linha do colega e compartilhou um vídeo em que cita os atos de 2013, quando houve protestos de centrais sindicais em Brasília. Na publicação, o parlamentar disse que a justiça deveria ser imparcial.

“A Justiça, com ‘J’ maiúsculo, não deveria ter lado”, declarou no X.

Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, afirmou que é necessário menos “palanque” e mais “trabalho”. O congressista criticou ainda o que chamou de “politização” do tema.

“Nada mais importante do que a democracia. Democracia forte é abalada com dólar a mais de R$ 6,20, gasolina a R$ 6,50, picanha cada vez mais longe do prato dos brasileiros, rombo fiscal que destrói o valor das empresas e destrói empregos, juros nas alturas. Por tudo isso, o governo fazer um palanque em palácio no 8 de janeiro não ajuda nada e só atrapalha”, disse Ciro.

“O assunto já está mais do que discutido. Politizar dois anos depois com a economia em chamas mostra um governo perdido e ofende o povo brasileiro. Não falo aqui com viés ideólogico. Quero o melhor para o Brasil e para o nosso povo. Não gosto de ver o governo errar e insistir no erro. Porque isso vai além da política. Isso prejudica o Brasil real”, completou o senador.

Ato

O governo Lula promove uma série de atos para relembrar os eventos de 8 de Janeiro. Segundo a Secretaria de Comunicação Social, estão previstos quatro momentos durante a cerimônia. Nos dois primeiros, serão entregues obras de arte que foram danificadas durante o ataque e passaram por restauração.

Depois, haverá uma cerimônia com a presença de autoridades no Salão Nobre do Palácio do Planalto. Por fim, o presidente se junta a representantes dos demais Poderes e público para um “Abraço da Democracia”, na Praça dos Três Poderes.

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