Cientistas incendeiam carro elétrico para estudar riscos à saúde

Estudos mostraram que os carros elétricos têm menos risco de pegar fogo do que os tradicionais, com motores a combustão, mas, no caso de um incêndio ocorrer, os danos à saúde de quem estiver por perto, inclusive para os bombeiros, são infinitamente maiores.

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Por conta disso, cientistas da Sylvester Firefighter Cancer Initiative (FCI) resolveram criar uma experiência controlada para entender melhor os riscos causados por incêndios em carros elétricos.

Em parceria com representantes de diversas estações do Corpo de Bombeiros da Flórida e com os departamentos de Engenharia Química, Ambiental, Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade de Miami, os cientistas colocaram fogo em um carro elétrico para, em um ambiente controlado, identificar os principais problemas e encontrar soluções.


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“Este projeto representa o futuro da ciência do fogo. Veículos elétricos contêm muitas toxinas potenciais, incluindo gases e metais. À medida que os EVs aumentam em número em todo o mundo, precisamos ter informações confiáveis ​​sobre as consequências da liberação desses materiais em bombeiros, membros da comunidade, no ar, no solo e na água próxima”, avisou, em entrevista ao site da Universidade de Miami, um dos responsáveis pelo estudo, doutor Caban-Martinez.

Cientistas mediram a qualidade do ar antes, durante e depois do incêndio no carro elétrico (Imagem: Divulgação/Universidade de Miami)

Fogo em carro elétrico é “inimigo invisível”

Erin Kobetz, Ph.D do Sylvester Comprehensive Cancer Center, retratou o fogo em carro elétrico como um “inimigo invisível”. Para a doutora, os perigos que um evento desse porte podem levar à saúde ainda não são totalmente compreendidos.

“Esta pesquisa é crucial, pois nos ajuda a identificar os resíduos e toxinas liberados durante essas queimaduras. Entender esses perigos nos permitirá desenvolver melhores medidas de proteção, garantindo a segurança dos bombeiros que encontrarem essas situações no campo”.

A principal preocupação dos responsáveis pelo estudo é por conta dos materiais utilizados para a confecção das baterias e outros componentes de carros elétricos que não estão presentes na fabricação dos veículos a combustão.

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As baterias de íons de lítio, por exemplo, além de serem mais difíceis de apagar, liberam mais de 100 tipos de produtos químicos, incluindo metais pesados, monóxido de carbono e cianeto de hidrogênio.

Para estudar os efeitos dos gases liberados nos humanos e no meio-ambiente, foram coletadas amostras de sangue, urina e unhas dos profissionais envolvidos na experiência antes, durante e após o controle do incêndio no carro elétrico, além de testes com o ar e a água da região.

A ideia é repetir o estudo diversas vezes, em condições climáticas distintas, para chegar às melhores conclusões e, posteriormente, definir as providências a serem tomadas como padrão em cada uma das situações.

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