“Me deu uma coronhada e disparou”, diz irmão de menina morta por PM

São Paulo — O irmão de Victoria Manuelly, a adolescente de 16 anos que morreu após ser baleada durante uma abordagem da PM, em Guaianases, zona leste de São Paulo, afirmou que o policial o confundiu com um suspeito e o agrediu com uma coronhada na cabeça, momento em que ocorreu o disparo.

“Eu estava na porta do bar, bebendo, curtindo. Passou um moleque correndo e o policial correndo atrás dele. Ele [o PM] achou que eu estava junto com o menino que passou correndo. Ele virou, me deu uma coronhada e disparou na minha irmã”, disse Kauê Alexandre, de 22 anos, ao Metrópoles.

Segundo o jovem, os policiais não socorreram a adolescente após o disparo, que atingiu o tórax dela. “Deixaram minha irmã lá no chão, nem olhou”, afirmou. Kaue disse que a própria família teve de acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas que a irmã morreu antes de ser socorrida.

Kauê chegou a ser detido e levado para a delegacia. “Falou só que eu resisti à prisão e já era”. Após algumas horas, o jovem foi liberado.

PM preso

O PM que fez o disparo contra a menina foi preso em flagrante. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) lamentou a morte e disse que investiga “todas as circunstâncias da ocorrência”.

O policial foi conduzido ao 50° Distrito Policial (Itaim Paulista), onde o caso foi registrado.

“A Polícia Militar não compactua com excessos ou desvios de conduta e pune exemplarmente aqueles que desobedecem aos protocolos estabelecidos pela corporação. A arma do policial foi recolhida e as imagens das câmeras corporais estão sendo analisadas. A PM também instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias da ocorrência”, disse a SSP.

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