Interditado, hospital de atendimento a vulneráveis estava sem licença

São Paulo — Segundo a Vigilância Sanitária, o Hospital Municipal da Bela Vista, que está interditado desde 31 de outubro de 2024, estava com licença de operação vencida. Quando o prédio foi fechado, o órgão apontou “motivos estruturais”. Atualmente, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) investiga a unidade de saúde, após uma fiscalização do Conselho Regional de Medicina (Cremesp) que teria apontado a morte de cerca de 30 pacientes de agosto a setembro do ano passado.

Ao Metrópoles, nesta sexta-feira (10/1), o Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo (CVS) reforçou que a unidade de saúde foi fechada a pedido do MP e do Cremesp, com apoio da Polícia Civil. Em nota, o órgão destacou que havia várias “situações que ofereciam riscos aos pacientes” no local.

Por outro lado, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que “o Hospital Municipal Bela Vista possuía Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros de nº 653362, com validade até 13 de julho de 2026”. Por telefone, um representante da Vigilância Sanitária disse ainda que o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) “já foi atualizado”.

Investigação no hospital

De acordo com o Ministério Público, há um inquérito civil em andamento na promotoria de Justiça do Direitos Humanos da Capital. No entanto, assegura que a interdição não foi solicitada pela instituição.

“Foi solicitada para a Vigilância Sanitária Estadual e Cremesp a vistoria no hospital. Na vistoria, a Vigilância Sanitária percebeu que havia problemas estruturais e determinou a interdição do hospital. Apenas a vigilância tem atribuição para a interdição”, explicou via assessoria de imprensa.

Atendimento a pessoas em situação de rua

O Hospital Municipal da Bela Vista – Santa Dulce dos Pobres ficou conhecido em São Paulo pelo foco no atendimento à população de rua. Cinco meses depois de ser inaugurada — em abril de 2020 — para atender pacientes com quadros de média e alta complexidade de Covid, a unidade destinou uma ala com 20 vagas para pessoas em situação de vulnerabilidade.

Os 118 leitos ficam divididos em 10 quartos, todos com banheiro privativo. Do total, 50 são de Terapia Intensiva (UTI) e 48 de enfermaria. O hospital também tem área para realização de exames clínicos.