Corpo de brasileiro encontrado em Paris não tinha sinais de violência

O corpo do fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa, de 36 anos, que havia desaparecido em Paris no dia 26 de novembro, foi encontrado no rio Sena. O consulado do Brasil em Paris informou a família de Flávio, que vivie em Minas Gerais, que o cadáver foi retirado do rio no sábado (4) e que os testes de DNA permitiram identificá-lo.

Rafa Basso, amigo de longa data de Flávio e que ajudou a polícia desde o início do processo, confirmou que o fotógrafo foi encontrado no sábado. A informação também foi confirmada à RFI pelo delegado federal Luiz Roberto Ungaretti Godoy, adido da Polícia Federal brasileira na França.

Mas a informação chegou até Rafa apenas na quinta-feira (9). Nada foi divulgado antes que a mãe de Flávio, que tem problemas cardíacos, fosse informada, em Minas Gerais, da morte do filho.

Em entrevista à RFI, Rafa explicou que a verificação das imagens de segurança pública de Paris, em dezembro, mostravam Flávio, na noite do dia 26 de novembro deixando o próprio celular em um vaso de plantas no bar Les Ondes, perto da Torre Eiffel. O aparelho foi encontrado dia 27, logo após o desaparecimento do brasileiro.

Em seguida, ainda de acordo com Rafa, as últimas imagens do fotógrafo na beira do Sena já davam indícios do que poderia ter acontecido. O mineiro já tinha caído no rio uma vez, na noite anterior.

“A hipótese da polícia estava muito clara. A gente esperava o aparecimento do corpo no Sena, o que poderia demorar até seis meses ou não acontecer por causa da decomposição do corpo. A gente teve essa confirmação ontem (quinta) pelo Consulado, que comunicou a família e me comunicou”, relata Rafa.

Ainda não há informações sobre o translado e sepultamento. “O corpo estava em estado avançado de decomposição e foi encontrado bem longe de Paris. O exame de DNA comprova que é o Flávio, por que eu levei uma escova de dentes dele”, conta o amigo. “Uma autópsia revela que não há sinais de violência e que a causa da morte é o afogamento”, detalha. Segundo ele, o corpo foi encontrado enroscado em galhos, na parte do rio na altura de Saint-Denis, ao norte da capital.

Relembre o caso

Flávio desembarcou em Paris em 1° de novembro para fotografar o casamento de uma amiga brasileira três dias depois, trabalho que realizou em parceria com seu sócio Lucien Esteban, que voltou dia 8 de novembro à Minas Gerais, onde ambos gerenciam a empresa Toujours Fotografia.

Flávio, que conhecia a França, falava o idioma fluentemente e tinha amigos na capital. Ele se organizou para permanecer mais algumas semanas com voo de retorno ao Brasil em 26 de novembro, dia em que teria caído no rio Sena pela primeira vez.

Conforme relatos da época, o acidente teria sido a poucos metros da torre Eiffel. Em seguida, Flávio foi atendido no hospital Georges Pompidou, também nas proximidades. O fotógrafo estava com hipotermia e teve alta por volta do meio-dia. Aparentemente consciente, Flávio teria pedido para prolongar em mais um dia a estadia no apartamento alugado no 13° distrito, perto da Praça de Itália.

Mas no dia seguinte, depois de horas sem contato de Flávio, amigos em Paris alertaram Lucien Esteban e familiares do fotógrafo no Brasil. Ao tentar contactar Flávio por telefone, funcionários do restaurante Les Ondes, no 16° distrito da capital, encontraram o celular do mineiro em um vaso de plantas e atenderam a ligação. O restaurante fica a poucos metros da beira do rio, onde provavelmente ocorreu a queda do fotógrafo.

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