“Feijões gigantes” podem ajudar na busca por vida em Marte

A sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), da NASA, flagrou estruturas inusitadas em Marte. As imagens foram divulgadas pela agência espacial norte-americana em dezembro e mostram formações em tons de marrom no Planeta Vermelho, cujo formato pode até lembrar os dos feijões. Mas não se engane: não existem leguminosas por lá, mas sim dunas de grande interesse para os cientistas, porque podem ajudar na busca por vida por lá.

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A aparente semelhança das dunas com os feijões é resultado da pareidolia. Trata-se de um fenômeno psicológico que faz com que nosso cérebro identifique padrões familiares onde há apenas formas aleatórias — é por isso que, às vezes, rostos parecem existir em objetos e nuvens podem ter formatos divertidos. 

As fotos foram feitas em dezembro de 2022, mas foram divulgadas somente no mês passado. Nelas, as dunas se parecem com grandes formas arredondadas e estáticas — o que é curioso, já que tanto na Terra quanto em Marte, as dunas se “movem” com a ajuda dos ventos. 


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Estes “feijões” são, na verdade, dunas em Marte (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech/University of Arizona)

Só que aquelas que aparecem na imagem estão cobertas por camadas de dióxido de carbono congelado durante o inverno no hemisfério norte de Marte. Por isso, a camada de gelo atua como uma proteção contra a ação do vento, impedindo que empurre as partículas das dunas e as migre para outros lugares. 

Fotos do tipo são importantes para os cientistas que estudam o passado de Marte, tentando entender se houve água líquida em sua superfície por tempo suficiente para permitir o desenvolvimento da vida. Apesar de o gelo das fotos ser feito de dióxido de carbono e não de água, ele tem influência na presença da água no Planeta Vermelho. 

O segredo está na quantidade de dióxido de carbono por lá, que varia de acordo com a posição do planeta em relação ao Sol: dependendo da inclinação de Marte, o dióxido de carbono congelado se transforma em gás suficiente para aumentar a espessura da atmosfera marciana. 

Esta mudança pode ter ajudado a água a existir em estado líquido lá por períodos mais longos. Assim, se Marte já pôde abrigar água líquida mesmo que temporariamente, há chances de que a vida microbiana talvez tenha existido lá — e, quem sabe, talvez ainda esteja oculta em algum local do nosso vizinho. Mas, para confirmar se o planeta realmente tem ou teve seres vivos, mais estudos são necessários.  

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