Novos empreendedores: mercado musical pode ser alternativa de negócio

O mercado musical tem se mostrado uma alternativa viável para novos empreendedores. Em 2024, o setor registrou faturamento de R$ 14,7 milhões em produtos musicais no e-commerce, segundo dados da Nuvemshop. O valor representa um crescimento de 26% em relação a 2023.

Itens como CDs e cordas de violão destacaram-se nas vendas, com São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal liderando, nesta ordem, os estados que mais venderam. As cifras alcançadas foram de R$ 8,4 milhões, R$ 3 milhões e R$ 1,2 milhão respectivamente.

Os números evidenciam um cenário atrativo para o empreendedorismo, afinal, para empreender no setor musical não é preciso, necessariamente, ser um artista. De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o mercado oferece uma gama de atividades para quem se interessa pela área, desde a produção e organização de eventos até o gerenciamento de carreiras. 

Em seu levantamento mais recente, o Sebrae identificou que existem 91.023 pequenas empresas atuando no setor musical no país, distribuídas em 14 diferentes atividades, que vão de serviços para o show business às operações fonográficas e direitos autorais

Empreendedores podem atuar como produtores, criadores de conteúdo e, também, em nichos especializados, como a venda de acessórios personalizados ou equipamentos de áudio. Para alcançar bons resultados é preciso estar atento às oportunidades, compreender as preferências do público-alvo e investir em técnicas de criatividade e inovação para o negócio.

O empreendedor que deseja ingressar no mundo da música também deve compreender os regulamentos legais da indústria, como direitos autorais e afiliação a organizações profissionais, assim como os sistemas de veiculação e pagamento das plataformas de streaming de áudio. A formalização também facilita o acesso às melhores oportunidades de mercado e aumenta a visibilidade dos artistas e produtores.

O advogado especialista em direitos autorais, André Morrissy, relata à imprensa que já viu diversos casos em que, após meses, uma música produzida com uma batida encontrada na internet chegou ao criador original e foi identificada como plágio. Nesses casos, além de perder receita, é preciso arcar com o pagamento de indenização, situação que representa um prejuízo significativo para quem está começando a empreender.

Boa gestão e visão de mercado

Realizar uma boa gestão no mercado da música é imprescindível para alcançar o sucesso no setor. O Sebrae alerta que a organização financeira é fundamental para todos os empreendimentos, independente do porte. 

O controle de caixa, o pagamento de contas e a projeção de receitas e despesas devem ser realizados com rigor, visando à sustentabilidade do negócio. Nos estágios iniciais, é comum que o próprio empreendedor acumule essas responsabilidades, desempenhando sozinho diversas funções críticas para o funcionamento da empresa.

À medida que o negócio cresce, a gestão de times e parceiros se torna ainda mais importante. O Sebrae enfatiza que, além da organização individual, é necessário construir relações profissionais sólidas e manter uma rede de contatos estratégica. Ter uma boa comunicação, investir em networking e saber delegar funções estão entre os aspectos recomendados para garantir a expansão da empresa. 

Também é destacada a importância de ter uma boa visão de mercado e estudar o comportamento do consumidor para adaptar os serviços ou produtos às demandas. Conhecer a concorrência, identificar as tendências atuais e estar atento às mudanças tecnológicas e culturais da indústria são ações necessárias para tomar decisões estratégicas e obter um diferencial competitivo no setor, conforme o Sebrae.

Projeções para o futuro do mercado musical

A indústria musical promete continuar em expansão nos próximos anos. De acordo com o relatório Mordor Intelligence, o mercado musical global está estimado em US$ 33,32 bilhões em 2025 e deverá alcançar US$ 50,20 bilhões até 2030, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 8,54% durante o período. 

No Brasil, o mercado fonográfico também mostra perspectivas positivas. Um estudo da MIDiA Research, compartilhado pela União Brasileira de Compositores (UBC), prevê que o mercado musical nacional atingirá, pela primeira vez, US$ 1 bilhão em 2027.
A UBC ressalta que o crescimento das receitas provenientes da música gravada no Brasil, que superaram a média global nos últimos anos, deve impulsionar a expansão da indústria local em 74% até 2031. Esses dados consideram exclusivamente a exploração da música gravada, como streaming, edição e vendas físicas, sem incluir aspectos como direitos autorais ou lucros de distribuidores e comerciantes.

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