Ministro promete deixar governo caso Netanyahu aprove cessar-fogo

O Ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, disse que deixará o governo de Benjamin Netanyahu caso o premiê aprove o acordo de cessar-fogo com o Hamas. A ameaça foi feita nesta quinta-feira (16/1), durante uma coletiva de imprensa com o líder do partido Otzma Yehudit, que compõem o grupo político que comanda o país.

Situação política por um fio

  • Em meio a acusações de corrupção, Netanyahu conseguiu se manter no poder após uma negociação que envolveu partidos ligados à extrema-direita de Israel. 
  • Ao todo, seu grupo político conquistou 64 dos 120 assentos no Knesset, o Parlamento do país.
  • Caso o partido de Ben-Gvir deixe o governo, a diferença de cadeiras no parlamento entre o governo de Netanyahu e a oposição será de apenas duas.

Segundo o ministro israelense, a proposta de cessar-fogo entre Israel e Hamas mediada pelo Catar, Estados Unidos e Egito é “promíscua”. Para Ben-Gvir, o cessar-fogo pode apagar “as conquistas da guerra” e abrir margens para que o Hamas consiga se reabilitar.

“Portanto, se este acordo promíscuo for aprovado e implementado, o partido Otzama Yehudit não fará parte do governo e dele se retirará”, declarou o ministro da Segurança Nacional de Israel. “Se a guerra com o Hamas for renovada com intensidade ,com o propósito de decidir e concretizar os objetivos da guerra que não foram alcançados, voltaremos ao governo”.

Além disso, Ben-Gvir pediu que outros partidos da coalizão governamental sigam os passos de sua sigla, com o objetivo de impedir a implementação do acordo, classificado por ele como “rendição”.

Apesar do anúncio do cessar-fogo, o premiê israelense adiou a reunião que discutiria a aprovação do plano de paz. Ele acusa o Hamas de tentar conquistar “concessões de última hora” em alguns termos do acordo. O grupo, no entanto, nega. 

Polêmicas

Ben-Gvir é conhecido por ser um dos nomes mais polêmicos da atual administração de Netanyahu, e coleciona declarações e atitudes polêmicas que colocaram ainda mais fogo na tensão entre israelenses e palestinos.

Em uma delas, em outubro do último ano, o ministro defendeu a expulsão de palestinos da Faixa de Gaza para que israelenses ocupem a região. 

 

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