Humanos têm 6º sentido e ele atua diferentemente em homens e mulheres

A psicologia tem avançado para reconhecer um sexto sentido humano e não se trata da intuição, como muitos imaginam. Complementando os cinco sentidos (tato, visão, audição, olfato e paladar), existe outra forma de o nosso corpo perceber a realidade: a interocepção.

O sentido é o oposto dos outros cinco. Enquanto eles atuam de forma exterior para nos conectar com o mundo, a interocepção se foca nas expressões do próprio corpo, em uma leitura de sinais que indiquem sensações como dor e prazer, por exemplo. Ela agrupa todas as informações internas que sentimos — batimentos cardíacos, temperatura corporal, sede e fome, por exemplo.

“A interocepção não é apenas o sexto sentido como também o sentido mais importante da percepção humana. Ela atua sobre funções vitais do nosso organismo e é fundamental na nossa tomada de decisões, bem-estar e capacidade de nos relacionarmos com os demais”, escrevem as psicólogas inglesas Jennifer Murphy e Freya Prentice, autoras de uma pesquisa sobre o assunto, em artigo publicado no site de divulgação científica The Conversation.

Elas fizeram um estudo em 2022 revisitando 93 artigos publicados sobre a interocepção, e os resultados revelaram que homens e mulheres têm formas diferentes de se relacionar com o sentido e perceber os sinais internos do corpo.

Imagem colorida do cérebro com feixes de luz - Metrópoles - sexto sentido
A interocepção é o sexto sentido que permite ao cérebro se conectar com sensações internas do organismo

O sexto sentido em homens e em mulheres

Segundo a pesquisa, as mulheres foram significativamente menos precisas na observação de seu ritmo de batimento cardíaco e de respiração ao serem comparadas aos homens. Não houve diferença na interpretação de sinais gástricos.

Embora algumas diferenças fisiológicas possam contribuir para as distinções entre os sexos, como o fato de homens e mulheres terem diferentes ritmos cardíacos, os testes e metodologias adotados sempre levaram a um fator geral, mais ou menos sobressalente, de melhora na interpretação masculina.

Dadas as ligações previamente relatadas entre a interocepção e a saúde mental, as pesquisadoras acreditam que os resultados levantam a possibilidade de que as diferenças sexuais na leitura podem contribuir, ao menos em parte, para as diferenças sexuais na saúde mental.

De acordo com as psicólogas, isso se relaciona com sintomas mais frequentes de ansiedade e de depressão em mulheres. “A interocepção pode afetar muitas áreas, incluindo a função emocional, social e cognitiva, que são fatores de risco conhecidos para muitas condições de saúde mental”, dizem.

Os resultados do levanetamento mostram que homens conseguem interpretar melhor sinais interoceptivos para processar suas emoções, o que torna as sensações do corpo mais claras para eles do que para elas e evita quadros de estresse característicos de desequilíbrios da saúde mental.

“Embora saibamos que essas diferenças existem, ainda não sabemos o que as causam. Pode ser um papel da fisiologia e do perfil hormonal de homens ou da forma que somos educados a nos relacionar com nosso corpo e alguns sinais interoceptivos, como a dor. Compreender melhor isso nos ajudará a tratar nossos pacientes”, concluem as autoras.

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