Advogada palestina denuncia Israel violência contra mulheres

Belém, Cisjordânia – A advogada palestina Diyala Ayesh expôs as condições precárias e os abusos sofridos por mulheres nas prisões israelenses. Ayesh foi libertada recentemente após um ano de detenção administrativa, sem acusações formais.

Em entrevista à agência Anadolu, Ayesh descreveu o sofrimento das mulheres palestinas encarceradas. Ela permaneceu no presídio de Damon por um ano, vítima de um mecanismo que permite a Israel deter palestinos sem julgamento.

Detenção administrativa: prática controversa

A detenção administrativa, herança do período colonial britânico, permite que Israel prenda palestinos por até seis meses, renováveis por até cinco anos. As autoridades alegam razões de “segurança” e “confidencialidade” para justificar a falta de acusações formais.”Fiquei presa sem qualquer acusação, sob detenção administrativa, por um ano inteiro”, afirmou Ayesh. Ela ressaltou que muitas outras mulheres continuam aprisionadas, incluindo três de Gaza.

Condições desumanas e revistas abusivas

Ayesh denunciou as condições precárias nas prisões. “As mulheres detidas são submetidas a frequentes revistas abusivas”, relatou. Além disso, as celas de confinamento solitário e a privação de itens básicos são práticas comuns.”A gestão carcerária lhes toma tudo. Em setembro, tomaram nossas colheres e xícaras. Devolveram algumas delas dias depois, mas nos disseram para dividir e fazer rodízio”, contou a advogada.

Contexto mais amplo

O caso de Ayesh se insere em um cenário mais amplo de tensões entre Israel e Palestina. Atualmente, Israel mantém mais de 10.400 palestinos em custódia, segundo a Comissão de Assuntos dos Prisioneiros palestina.Recentemente, o Gabinete de Segurança de Israel aprovou um acordo de troca de prisioneiros e cessar-fogo em Gaza. A expectativa é que 1.977 presos políticos palestinos sejam libertados em troca de 33 prisioneiros de guerra em Gaza.

Entenda o caso: Detenção administrativa de palestinos em Israel

  • O que é detenção administrativa?
    • Mecanismo que permite prender palestinos sem acusação formal
    • Pode durar de um a seis meses, renovável por até cinco anos
    • Baseado em alegações de “segurança” e “confidencialidade”
  • Situação atual:
    • Mais de 10.400 palestinos em custódia israelense
    • 600 sob pena perpétua
    • População carcerária palestina dobrou desde outubro de 2023
  • Denúncias:
    • Tortura e maus-tratos
    • Negligência médica
    • Abuso sexual
    • Revistas abusivas
    • Privação de itens básicos
  • Contexto internacional:
    • Israel enfrenta acusações de genocídio no Tribunal Internacional de Justiça
    • Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra líderes israelenses por crimes de guerra

O post Advogada palestina denuncia Israel violência contra mulheres apareceu primeiro em Diário Carioca.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.