Ministros de extrema-direita deixam governo Netanyahu após cessar-fogo em Gaza

Tel Aviv – Jerusalém – O governo israelense enfrenta uma crise política após o anúncio do acordo de cessar-fogo com o Hamas. Três ministros do partido de extrema-direita Otzma Yehudit renunciaram aos seus cargos neste domingo (19) em protesto contra a decisão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

ministro da Segurança NacionalItamar Ben Gvir, lidera o movimento de saída do governo. Junto a ele, renunciaram o ministro do Desenvolvimento da Periferia, Negev e Galileia, Yitzhak Wasserlauf, e o ministro do Patrimônio, Amihai Eliyahu. Os três consideram o acordo com o Hamas uma “rendição” imprudente.

Motivos da renúncia

O Otzma Yehudit argumenta que o cessar-fogo compromete as conquistas militares de Israel na guerra. Além disso, o partido se opõe à libertação de prisioneiros palestinos, parte do acordo de troca.Ben Gvir expressou sua posição em redes sociais: “Não concordaremos com um acordo promíscuo. Eu e os meus amigos em Otzma Yehudit submetemos as nossas cartas de demissão do governo e da coligação esta manhã”.

Impacto na coalizão governamental

Contudo, a saída do Otzma Yehudit não ameaça diretamente a estabilidade do governo Netanyahu. O primeiro-ministro mantém uma maioria parlamentar, ainda que reduzida.

Reações de outros membros do governo

O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, do partido Sionismo Religioso, também se opõe ao acordo. Porém, até o momento, não renunciou ao cargo. Smotrich afirmou que deixará a coalizão caso Israel encerre a guerra antes de destruir o Hamas.

Detalhes do acordo de cessar-fogo

O cessar-fogo entrou em vigor às 6h15 (horário de Brasília) deste domingo, após um atraso de três horas. O acordo, mediado por Qatar, Egito e Estados Unidos, prevê a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.Netanyahu defendeu o acordo, afirmando que Israel mantém o direito de retomar as operações militares caso o Hamas não cumpra sua parte.

Entenda o caso: A crise política em Israel

  • Origem do conflito: Ataque do Hamas a Israel em outubro de 2023, resultando em mortes e sequestros.
  • Resposta israelense: Intensos ataques aéreos e incursões terrestres na Faixa de Gaza.
  • Acordo de cessar-fogo: Negociado com mediação internacional, prevê troca de reféns e prisioneiros.
  • Oposição interna: Partidos de extrema-direita consideram o acordo uma concessão ao Hamas.
  • Impacto político: Renúncias ministeriais abalam, mas não derrubam o governo Netanyahu.

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