Novas luas em Urano e Netuno são descobertas

Os astrônomos descobriram três novas luas no Sistema Solar, duas em Netuno e uma em Urano. Agora, o número total de satélites naturais conhecidos na órbita desses planetas passa para 16 e 28, respectivamente.

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Anunciadas na sexta-feira (23) pelo Minor Planet Center da União Astronômica Internacional, as luas são “as mais fracas já encontradas em torno desses dois planetas gigantes gelados usando telescópios terrestres”, disse Scott Sheppard, da Carnegie Science, líder dos autores da descoberta.

Os telescópios utilizados na descoberta incluem o Very Large Telescope da Europa no Chile e o Observatório Gemini no Havaí. Segundo o comunicado de Sheppard, os objetos são tão tênues que “foi necessário um processamento especial de imagem” para que pudessem ser revelados.


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Novas luas de Netuno

As luas foram vistas pela primeira vez em setembro de 2021, mas só poderiam ser confirmadas com novas observações nos anos seguintes. A lua mais brilhante de Netuno recebeu o nome S/2021 N1, enquanto a outra se chama S/2002 N5.

Telescópio Magalhães, também usado para as novas descobertas (Imagem: Reprodução/KszuloFotki/Wikimedia Commons)

Ambos os nomes são provisórios, substituídos em breve com nomenclaturas baseadas nas 50 Nereidas, ninfas do mar na mitologia grega — essa é a convenção para objetos netunianos. Outra curiosidade é que as novas luas têm órbitas semelhantes às de outras conhecidas daquele planeta, como Psamathe, Neso, São e Laomedeia.

Essas semelhanças sugerem que os objetos são, na verdade, grandes detritos resultantes de uma “lua mãe”, que teria sido quebrada por colisões com asteroides ou cometas. Se essa hipótese estiver correta, deve haver muitos outros fragmentos lunares menores ainda não encontrados por lá.

Nova lua de Urano

A nova lua uraniana foi detectada em novembro de 2023 e recebeu o nome temporário S/2023 U1, elevando a contagem para 28 corpos celestes ao redor do planeta. Essa é a primeira vez que uma nova lua é descoberta em Urano nos últimos 20 anos.

Logo após a detecção, os cientistas determinaram sua órbita e a encontraram nos dados de observações feitas em 2021 com os telescópios Magellan e Subaru — ela já havia aparecido nas imagens mas ninguém percebeu.

A nova lua uraniana S/2023 U1 é um pontinho quase imperceptível indicado pela seta amarela (Imagem: Reprodução/Scott Sheppard, via: Carnegie Science)

Com apenas 8 km de diâmetro, a S/2023 U1 pode ser a menor lua no gigante gelado, apresentando uma órbita de 680 dias. O objeto receberá um nome baseado em algum personagem das peças de Shakespeare, assim como todos os objetos uranianos.

Por fim, S/2023 U1 também tem uma órbita semelhante a outras luas de seu mundo, como Caliban e Stephano, sendo esse outro indício de que várias luas do Sistema Solar se formaram a partir da colisão com uma “lua mãe”.

Todos os três novos objetos possuem órbitas distantes de seus planetas, excêntricas (formato elíptico) e inclinadas, sugerindo que foram capturadas após a formação desses planetas, a partir do anel de poeira e detritos em torno do Sol.

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