EUA: veja quem é a bispa que disse a Trump para ter misericórdia

A bispa episcopal de Washington, D.C., ganhou a atenção do mundo, nesta terça-feira (21/1), ao pedir que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha misericórdia de imigrantes e da população LGBTQIA+. Veja quem ela é.

  • A bispa Mariann Edgar Budde pediu que Trump tenha misericórdia de imigrantes e da população LGBTQIA+.
  • Trump replicou: primeiro, a chamou de “desagradável” e, depois, exigiu um pedido de desculpas.
  • Mariann Edgar Budde tem 65 anos.
  • Ela é a primeira mulher a ocupar a posição de bispa episcopal, em Washington.

Mariann Edgar Budde tem 65 anos e atua como bispa episcopal em Washington. Devido à sua posição, ela liderou uma cerimônia inter-religiosa na Catedral Nacional localizada na capital norte-americana. A missa é uma tradição dos eventos de posse dos presidentes norte-americanos.

Segundo os dados do site da diocese episcopal de Washington, Mariann atua como líder espiritual de 86 congregações episcopais, de dez escolas episcopais no Distrito de Columbia e de quatro condados de Maryland. Ela é a primeira mulher a ocupar tal posição.

Antes de Washington, Mariann Edgar Budde servia em Minneapolis.

“Ela acredita que Jesus convida todos os que o seguem a lutar por justiça e paz, e a respeitar a dignidade de cada ser humano. Para esse fim, a bispa Budde é uma defensora e organizadora em apoio a preocupações com justiça, incluindo equidade racial, prevenção da violência armada, reforma da imigração, inclusão total de pessoas LGBTQ+ e o cuidado da criação”, diz a biografia sobre a mulher.

A bispa é autora dos livros “Como aprendemos a ser corajosos: momentos decisivos na vida e na fé”,  “Recebendo Jesus: o caminho do amor” e “Reunindo os fragmentos: a pregação como prática espiritual”.

Críticas a Trump

Mariann Edgar Budde é uma antiga crítica de Donald Trump. Em junho de 2020, ela escreveu um artigo de opinião para o jornal The New York Times, em que criticava o então presidente por usar a polícia para evacuar a Lafayette Square, perto da igreja de St. John’s, em meio aos protestos relativos a morte de George Floyd e que deram origem ao movimento Black Lives Matter.

“O Deus a quem sirvo está do lado da justiça. Jesus chama seus seguidores para imitar seu exemplo de amor sacrificial e construir o que ele chamou de Reino de Deus na Terra. Como seria o amor sacrificial de Jesus agora?”, escreveu Budde no artigo de opinião.

“Tudo o que ele disse e fez é para inflamar a violência… Precisamos de liderança moral, e ele fez de tudo para nos dividir”, completou a bispa à época.

O que a bispa falou

Mariann Edgar Budde, pediu, nessa terça-feira (21/1), que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha misericórdia dos imigrantes e da população LGBTQIA+ dos EUA. A fala foi realizada durante uma celebração ecumênica, na presença do presidente e de outras autoridades.

“Em nome do nosso Deus, peço-lhe que tenha misericórdia das pessoas em nosso país que estão assustadas. Há crianças, gays, lésbicas e transgêneros em famílias democratas, republicanas e independentes, que temem pela vida delas”, disse Mariann.

 

A imigração ilegal é um dos alvos de Trump no início do segundo mandato. O presidente assinou, na segunda-feira (20/1), decretos contra a imigração.

Uma das medidas adotadas por Trump foi a retirada do direito de cidadania por nascença. O presidente revogou a possibilidade de crianças que nascem no país, filhas de pais imigrantes ilegais, terem a cidadania norte-americana.

Donald Trump também assinou medidas no primeiro dia de mandato que vão na contramão da defesa de direitos de pessoas LGBTQ.

“Não achou um bom serviço”

Ao sair da celebração, nessa terça (21/1),  Trump falou a jornalistas sobre o pedido de misericórdia e respondeu que não era “um bom serviço”.

“Você gostou? Acha isso emocionante?”, disparou o presidente norte-americano. Na sequência, o republicano acrescentou que “não achou que fosse um bom serviço, não”. E disse, sobre a cerimônia, que “poderiam fazer muito melhor”.

Nessa terça-feira (21/1), Trump minimizou a declaração da reverenda. Primeiro, a chamou de “desagradável” e disse que Budde não foi “convincente ou inteligente”.

“A suposta bispa que falou no Serviço Nacional de Oração é uma radical de esquerda linha dura que me odeia. Ela trouxe sua igreja para o mundo da política de uma forma muito desagradável”, escreveu Trump, em sua plataforma Truth Social.

Trump ressaltou que a bispa não mencionou o “grande número de imigrantes ilegais que entraram em nosso país e mataram pessoas”.

“Muitos foram retirados de prisões e instituições mentais. É uma onda gigante de crimes que está ocorrendo nos EUA. Além de suas declarações inapropriadas, o serviço foi muito chato e pouco inspirador. Ela não é muito boa em seu trabalh0. Ela e sua igreja devem desculpas ao público”, escreveu Trump.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.