Falta de lombadas em via da Lagoa da Conceição gera perigo e apreensão

Moradores do Canto e do Porto da Lagoa, na Lagoa da Conceição, vivem meses de preocupação com o trânsito da principal via da região, a Laurindo Januário da Silveira. Revitalizada, a rua teve as lombadas removidas em outubro do ano passado, e até agora não houve substituição por outro equipamento de redução de velocidade.

Equipamento redutor de velocidade retirado em outubro não foi recolocado; apenas a placa indicando lombadas segue no local

Equipamento redutor de velocidade retirado em outubro não foi recolocado; apenas a placa indicando lombada segue no local – Foto: Germano Rorato/ND

Sem as estruturas que forçam os motoristas a diminuírem a velocidade, a rua Laurindo Januário da Silveira virou uma pista de corrida e vem acumulando casos de atropelamento e acidentes. Segundo os moradores, até os ônibus estão passando acima do limite permitido, que é de 40 km/h.

Responsável pela ligação do Rio Tavares com a Lagoa da Conceição, a Laurindo é uma via bastante estreita, com calçadas pequenas e, na atual condição, oferece perigo aos pedestres e aos motoristas que tentam sair dos comércios locais. A prefeitura sustenta que a solução para este problema está próxima.

Perigos no trânsito

O presidente da Associação de Moradores do Porto da Lagoa, Eder Silvio Cordeiro, explica que a via passou por obras de revitalização em outubro e, desde então, as lombadas não foram recolocadas. “Aqui ficava uma lombada, por causa da descida do morro. A rua toda tinha umas 12 lombadas, todas foram retiradas e até hoje não foram recolocadas”, conta.

Atropelamentos, como o de uma senhora atingida por uma motocicleta neste mês, estão entre os impactos da falta de lombadas citados pelo presidente da associação. No mesmo local, um acidente envolvendo um carro e uma moto em dezembro causou a perda de parte da perna do motociclista.

“Em meados de fevereiro começam as aulas. Temos uma creche e uma escola nessa mesma rua. Precisamos que reconstruam logo as lombadas”, ressalta. O presidente da associação do bairro diz que mais de uma vez foi solicitada a recolocação das lombadas.

Eder Cordeiro é presidente da associação de moradores – Foto: Germano Rorato/ND

Volta às aulas e pessoas de idade são preocupações

O fisioterapeuta Antônio Lucca Araújo e Honorato tem uma clínica de pilates na Laurindo e já presenciou várias situações de perigo nos últimos dias.

Para ele, uma das maiores preocupações é quando os clientes precisam sair com o carro de ré do estacionamento da clínica, correndo risco de serem atingidos por motoristas que vêm em alta velocidade.

No local, ficou apenas a placa da antiga lombada. “Antes, o pessoal reclamava que tinha lombada demais, só que agora ficou lombada de menos. Precisamos de um meio-termo”, comenta o empreendedor.

Antônio Lucca tem uma clínica de pilates na rua – Foto: Germano Rorato/ND

Lucca também chama a atenção para os locais públicos do bairro, citando a escola e o posto de saúde. “Não temos nem nos locais obrigatórios por lei, como perto dos colégios. Se tem uma criança atravessando a rua, precisa ter lombada. Logo as aulas voltam”, disse ele, que também já presenciou acidentes no bairro.

“Essa situação atrapalha tanto as pessoas tentando sair de casa, quanto os motoristas que estão estacionados, põe em risco a segurança das crianças e dos usuários do posto de saúde. “Antes, com as lombadas, as pessoas eram obrigadas a dirigir com mais cautela. Agora, sem nenhuma, sentem-se à vontade para acelerar”, lamenta o fisioterapeuta, que tem ouvido muitas reclamações dos alunos.

“Ele também destaca a característica demográfica da região. ‘O Canto é conhecido por ter uma população mais idosa. Essas pessoas atravessam a rua mais lentamente e, ao dirigir, também andam mais devagar. Isso não condiz com a velocidade do tráfego, que inclui carros, caminhões e ônibus correndo por aqui’, relata.”

“Não é via expressa”, reflete morador

O médico Mário Júlio Franco mora num condomínio do Porto da Lagoa e é mais um indignado com a ausência das lombadas. “Não é a melhor opção do mundo, mas uma vez que não se tem a conscientização de todos, é o que temos para reduzir a velocidade. Aquilo não é via expressa nem nunca foi”, pondera.

Também comerciante do bairro, Rodrigo Osni Pereira concorda que as lombadas cumprem importante função na via. “O pessoal anda muito rápido, fazendo ultrapassagens. Temos muitos pedestres idosos, que têm dificuldade de locomoção, e crianças. O pessoal está muito acima da velocidade permitida, que é de 40 km/h. Tem gente passando a 80 km/h ou mais.”

Rodrigo Pereira tem um comércio no bairro – Foto: Germano Rorato/ND

Prazo de 15 dias para recolocação

Questionada, a Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Manutenção, informou que as lombadas da rua Laurindo Januário da Silveira foram retiradas por conta das obras de revitalização da via em andamento, mas dentro de 15 dias devem ser refeitas.

 

 

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