“Não odeio o presidente e rezo por ele”, diz bispa criticada por Trump

Mariann Edgar Budde, bispa que pediu, nessa terça-feira (21/1), que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha misericórdia dos imigrantes e da população LGBTQIA+ dos EUA, deu um conjunto de entrevistas nessa quarta-feira (22/1), após o presidente demandar um pedido desculpas da parte dela. A sarcedotisa afirmou que não pedirá desculpas a Trump, mas que não o odeia.

“Eu não odeio o presidente e rezo por ele. Não sinto que haja necessidade de me desculpar por um pedido de misericórdia”, afirmou em entrevista à rede NPR.

O que aconteceu:

  • A bispa Mariann Edgar Budde pediu que Trump tenha misericórdia de imigrantes e da população LGBTQIA+.
  • Trump rebateu. Primeiro, a chamou de “desagradável” e, depois, exigiu um pedido de desculpas.
  • Mariann afirmou que não se desculpará e que não odeia Donald Trump.

Logo após a cerimônia, Trump chamou a religiosa de “hater” e “radical de esquerda”, e exigiu que ela peça desculpas.

Marriann disse, no programa “The View”, que tentou passar a mensagem da forma “mais respeitosa e gentil possível”.

“Eu estava tentando combater a narrativa que é tão, tão divisiva e polarizadora e na qual pessoas, pessoas reais, estão sendo prejudicadas. Estamos em um clima hiperpolítico. Uma das coisas que eu alerto é a cultura de desprezo em que vivemos, que imediatamente corre para as piores interpretações possíveis do que as pessoas estão dizendo e as coloca em categorias. Isso faz parte do ar que respiramos agora”, destacou a bispa.

O que a bispa falou

Mariann Edgar Budde, pediu, nessa terça-feira (21/1), que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha misericórdia dos imigrantes e da população LGBTQIA+ dos EUA. A fala foi realizada durante uma celebração ecumênica na presença do presidente e de outras autoridades.

“Em nome do nosso Deus, peço-lhe que tenha misericórdia das pessoas em nosso país que estão assustadas. Há crianças, gays, lésbicas e transgêneros em famílias democratas, republicanas e independentes, que temem pela vida delas”, ressaltou Mariann.

A imigração ilegal é um dos alvos de Trump no início do segundo mandato. O presidente assinou, na segunda-feira (20/1), decretos contra a questão.

Uma das medidas adotadas por Trump foi a retirada do direito de cidadania por nascença. O presidente revogou a possibilidade de crianças que nascem no país, filhas de pais imigrantes ilegais, terem a cidadania norte-americana.

O presidente também assinou medidas no primeiro dia de mandato que vão na contramão da defesa de direitos de pessoas LGBTQIA+.

“Não achou um bom serviço”

Ao sair da celebração, Trump falou a jornalistas sobre o pedido de misericórdia e respondeu que não era “um bom serviço”.

“Você gostou? Acha isso emocionante?”, disparou o presidente norte-americano.

Na sequência, o republicano acrescentou que “não achou que fosse um bom serviço, não”. E disse, sobre a cerimônia, que “poderiam fazer muito melhor”.

Nessa terça-feira (21/1), Trump minimizou a declaração da reverenda. Primeiro, a chamou de “desagradável” e disse que Budde não foi “convincente ou inteligente”.

“A suposta bispa que falou no Serviço Nacional de Oração é uma radical de esquerda linha dura que me odeia. Ela trouxe sua igreja para o mundo da política de uma forma muito desagradável”, escreveu Trump, em sua plataforma Truth Social.

Trump ressaltou que a bispa não mencionou o “grande número de imigrantes ilegais que entraram em nosso país e mataram pessoas”.

“Muitos foram retirados de prisões e instituições mentais. É uma onda gigante de crimes que está ocorrendo nos EUA. Além de suas declarações inapropriadas, o serviço foi muito chato e pouco inspirador. Ela não é muito boa em seu trabalh0. Ela e sua igreja devem desculpas ao público”, escreveu Trump.

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