Mega dilúvio encheu o Mediterrâneo há 5 milhões de anos, segundo evidências

Pesquisadores da University of Southampton descobriram evidências de que o Mar Mediterrâneo foi enchido por uma “mega inundação” colossal há cerca de 5 milhões de anos, encerrando um período em que local era uma vasta extensão de salinas (locais onde a água do mar seca e o sal é produzido)

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A pesquisa foi publicada na revista Nature Communications Earth & Environment na segunda-feira (21) e sugere que o evento, chamado de Megadilúvio Zancleano, mudou a estrutura do local. 

Até então, se pensava que o período de seca no local havia terminado gradualmente, com o Mediterrâneo se reabastecendo ao longo de um período de 10.000 anos.


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Mas essa ideia foi desafiada pela descoberta de um canal de erosão que se estendia do Golfo de Cádiz até o Mar de Alboran, em 2009.

A descoberta apontou para um único e massivo evento de inundação, com um fluxo equivalente a um milhão de metros cúbicos por segundo.

Segundo o principal autor do estudo, Aaron Micallef, em comunicado à imprensa, a inundação foi um fenômeno natural “impressionante, […] com velocidade e fluxo que ofuscaram qualquer outra inundação conhecida na história da Terra”.

Na época, o Mar Mediterrâneo ficou isolado do Oceano Atlântico e evaporou, resultando em diversos depósitos de sal que remodelaram a paisagem da região.

O estudo

Reprodução computadorizada do local onde foram observadas as cristas (Imagem: Micallef et al./Nature)

Usando dados de reflexão sísmica, que é um tipo de ultrassom geológico que permite aos cientistas ver camadas de rochas e sedimentos abaixo da superfície, os pesquisadores descobriram um canal em forma da letra W, a leste do Estreito da Sicília.

O estreito é uma ponte de terra submersa que antigamente separava as bacias ocidental e oriental do Mediterrâneo. No local, foram investigaram mais de 300 cristas em um corredor através do estreito.

De acordo com o coautor do estudo, Paul Carling, no mesmo comunicado, a “morfologia dessas cristas é compatível com a erosão causada por fluxo de água turbulento em larga escala, com direção predominantemente a nordeste”.

A equipe desenvolveu modelos de computador da mega inundação para simular como a água pode ter se comportado. O modelo sugere que a inundação teria mudado de direção e crescido em intensidade com o passar do tempo.

É estimado que a água tenha atingido velocidade de até 32 metros por segundo, escavando canais mais profundos, erodindo mais material e transportando-o por distâncias maiores.

“Essas descobertas não apenas lançam luz sobre um momento crítico na história geológica da Terra, mas também demonstram a persistência de formas de relevo ao longo de cinco milhões de anos. Isso abre a porta para mais pesquisas ao longo das margens do Mediterrâneo”, finalizou Micallef.

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