Cracolândias em Botafogo geram medo e revoltam moradores

Rio de Janeiro – A crescente presença de usuários de drogas nas ruas de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro, tem gerado insegurança e alterado drasticamente a rotina de moradores e comerciantes. Pontos como as ruas São Clemente e Real Grandeza se transformaram em focos de consumo de crack e violência, com relatos de ameaças e furtos.

De janeiro a novembro de 2023, o número de roubos no bairro disparou. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), furtos de celulares subiram 90%, enquanto roubos a pedestres cresceram 64,7%.

Ruas movimentadas enfrentam degradação

O problema se concentra em vias importantes de Botafogo, como a Rua São Clemente e a Real Grandeza. Moradores relatam medo constante e adotam medidas extremas para se proteger. Em um condomínio na Rua Sorocaba, duas árvores históricas foram derrubadas para evitar a concentração de usuários de drogas, e insulfilme foi instalado nas guaritas para proteger porteiros de ameaças.

A aposentada Catarina Marcondes, de 71 anos, comentou: “Estamos presos em casa. A rua ficou perigosa, e a segurança não funciona”.

Comerciantes sentem os impactos

Comerciantes do bairro também sofrem. Um vendedor de frutas relatou que moradores buscam refúgio em sua barraca para fugir de ataques. “Eles aparecem armados com facas e atiram pedras. Fica cada vez mais difícil trabalhar aqui”, afirmou o comerciante.

Na Rua Voluntários da Pátria, uma das mais movimentadas da região, o consumo de drogas ocorre até durante o dia. Em muitos casos, usuários agem em grupo, pedindo dinheiro e ameaçando quem recusa.

Tráfico e segurança em questão

A Praça Corumbá, na subida do Morro Dona Marta, reflete outra dimensão do problema. Pichações com as iniciais do Comando Vermelho e avisos contra o uso de crack indicam a influência do tráfico local. A Polícia Militar, responsável pelo policiamento na área, enfrenta dificuldades porque a dispersão dos usuários complica o controle.

De acordo com o 2º BPM, patrulhas foram intensificadas em Botafogo. Contudo, moradores afirmam que a sensação de insegurança persiste, especialmente após o horário comercial.

Atendimento a dependentes químicos

A Secretaria Municipal de Saúde reconhece os desafios do combate ao crack. No CAPSad Heleno de Freitas, localizado no bairro, foram registrados mais de 16 mil atendimentos entre 2023 e 2024. Segundo a secretaria, reprimir a venda da droga é uma atribuição do estado, o que torna o enfrentamento ainda mais complexo.

Entenda o caso: cracolândias em Botafogo

• Locais afetados: São Clemente, Real Grandeza, Voluntários da Pátria e Praça Corumbá.
• Impactos: Aumento de furtos, roubos e insegurança geral.
• Medidas tomadas: Intensa patrulha policial e ações de saúde pública.
• Dados oficiais: Crescimento de 90% nos furtos de celulares e 64,7% nos roubos a pedestres em 2023.
• Tráfico: Influência do Comando Vermelho na Praça Corumbá.
• Saúde: Mais de 16 mil atendimentos no CAPSad Heleno de Freitas.

Com informações de O Globo

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