Entenda o “divórcio cinza” e por que está mais comum no Brasil

Não é incomum que casamentos não durem exatamente “até que a morte os separe”, mas você sabia que estão aumentando os “divórcios cinzas”, como também são conhecidas as separações após os 50 anos?

O apelido tem relação com os cabelos grisalhos e o aumento na frequência foi percebido por meio de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

De acordo com o órgão, de 2010 para 2022, a proporção desses divórcios variou de 29,18% para 34,21%. Segundo a psicóloga Claudia Melo, esse aumento pode ter diversas razões, mas a principal é o aumento da expectativa de vida.

Com os brasileiros vivendo mais, permanecer em um casamento difícil por décadas, especialmente quando você pode sair, é menos atraente. Assim, com a maturidade e maior estabilidade, principalmente financeira, mais pessoas estão dispostas a sair de relacionamentos que não estão dando certo.

“Maior expectativa de vida, mudanças nos papéis dentro da própria relação, independência financeira das mulheres, liberdade na tomada de decisões. Esses elementos fazem com que, ao chegarem a essa fase da vida, muitos casais avaliem se estão satisfeitos ou desejam buscar novos caminhos”, destaca a especialista.

Claudia acrescenta que, apesar de difícil, muitas questões implicam na escolha de colocar um ponto final no relacionamento. “Casamentos longos e curtos podem acabar por diversas razões. Mas um dos principais é que, com o passar dos anos, as prioridades mudam, e alguns casais percebem que já não têm mais os mesmos objetivos ou conexão emocional”, reforça.

Outro ponto destacado pela especialista que pode impactar o número de divórcios nessa idade é o “ninho vazio”, que pode influenciar a decisão.

“Além disso, a fase do “ninho vazio”. Os filhos saem de casa e o casal atravessa a exposição de problemas que antes eram mascarados pelas demandas da criação dos filhos”, explica Claudia.

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