Delação de Mauro Cid revela articulações para golpe e a divisão em três grupos de golpistas, saiba quem são

Brasília – O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, trouxe à tona detalhes alarmantes sobre os grupos que influenciavam o ex-presidente após a vitória de Lula em 2022. Em depoimentos mantidos sob sigilo pelo ministro Alexandre de Moraes, Cid revelou as articulações de uma ala radical que planejava um golpe de Estado. As informações constam em um documento de seis páginas, obtido pelo colunista Elio Gaspari, da Folha de S.Paulo.

Esses relatos, iniciados em agosto de 2023, destacam divisões internas no entorno de Bolsonaro. Três grupos principais influenciavam o ex-presidente, com abordagens divergentes sobre como reagir à derrota nas urnas.

Leia a íntegra da primeira delação de Mauro Cid contra Jair Bolsonaro

Grupos ao redor de Bolsonaro após o segundo turno

1. Moderados pró-aceitação
Este grupo incentivava Bolsonaro a aceitar o resultado eleitoral e consolidar sua liderança como oposição. Flávio Bolsonaro, Ciro Nogueira, Bruno Bianco e o brigadeiro Baptista Júnior integravam essa ala.

2. Contrários ao golpe
Mais cauteloso, esse grupo argumentava que não havia alternativas diante do resultado legítimo das urnas. Entre os nomes estavam os generais Freire Gomes, Paulo Sérgio Nogueira e Júlio César de Arruda, além do empresário Paulo Junqueira, que financiou a viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos.

3. Radicais pró-golpe
Divididos em duas frentes, parte dos radicais buscava provas de fraude eleitoral, enquanto outra defendia ações armadas e a assinatura de decretos golpistas. Angelo Denicoli, Carlos Heinze e o general Mário Fernandes estavam entre os nomes dessa ala.

Os bastidores do documento golpista

Em novembro de 2022, Bolsonaro discutiu com os comandantes das Forças Armadas um plano apresentado em uma reunião no Palácio da Alvorada. O documento previa a prisão de autoridades, como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Rodrigo Pacheco, além de anular os resultados eleitorais.

No entanto, as Forças Armadas rejeitaram a iniciativa. O brigadeiro Baptista Júnior negou a existência de fraude eleitoral, enquanto o general Freire Gomes destacou o funcionamento das instituições democráticas. O apoio condicionado da Marinha, sob o comando do almirante Garnier, também não avançou a proposta.

Os nomes por trás das articulações

A ala radical contava com figuras como Onyx Lorenzoni, Jorge Seif, Gilson Machado, Magno Malta e Eduardo Bolsonaro. Até a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi mencionada por Mauro Cid em seus depoimentos.

Desde agosto de 2023, o ministro Alexandre de Moraes ouviu novos relatos, que reforçam as investigações conduzidas pela Polícia Federal e pelo STF.

Entenda o caso: articulações golpistas após as eleições de 2022

  • Divisão interna: Três grupos com visões distintas influenciavam Bolsonaro.
  • Documentos sigilosos: Textos golpistas previam prisões e anulação das eleições.
  • Rejeição das Forças Armadas: Comandantes descartaram apoio ao golpe.
  • Investigações em curso: Revelações aprofundam o caso, conduzido pelo STF.

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