Cientistas detectam ondas cósmicas “dançando” em lugar inesperado no espaço

Cientistas descobriram ondas cósmicas a mais de 100 mil quilômetros da Terra. Chamadas de “ondas de coro”, estas ondas de plasma podem representar grandes problemas para futuros voos espaciais. O motivo? É que elas podem acelerar partículas a velocidades potencialmente fatais para astronautas e espaçonaves

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As ondas têm este nome porque, quando são convertidas em sinais sonoros, elas têm som parecido com o do canto dos pássaros. Elas são perturbações no campo eletromagnético da Terra e, até então, os cientistas acreditavam que elas ocorriam apenas perto. 

É por isso que a descoberta é tão surpreendente: as ondas foram encontradas três vezes mais longe do que se viu antes. “Isso abre muitas novas perguntas sobre a física que pode ser possível nesta área”, observou Allison Jaynes, físico espacial da Universidade de Iowa. 


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O campo magnético da Terra nos protege das partículas eletricamente carregadas do Sol (Imagem: ESA/ATG medialab)

Estas ondas foram identificadas pela primeira vez no período da Primeira Guerra Mundial, quando operadores de rádio as ouviram enquanto tentavam captar sinais inimigos. Desde então, as ondas de coro foram registradas por receptores de rádio e por sondas da NASA, e já foram encontradas nos planetas do Sistema Solar com e sem campos magnéticos.

Os cientistas ainda não sabem exatamente o que causa ondas de coro, mas a teoria mais popular sugere que sejam o resultado da instabilidade de plasma. Os dipolos dobrados (como campos magnéticos dobrados) capturam os elétrons disparados pelo Sol; depois, as partículas se movem por lá de forma ordenada e espiral. 

Às vezes, as perturbações nestes campos magnéticos alteram esta rede, fazendo com que os elétrons criem ondas de coro que ressoam com os elétrons e os acelera quase à velocidade da luz. Neste cenário, a curvatura dos dipolos iria permitir que as ondas de coro viajassem de polo a polo, produzindo o som que lembra o canto dos pássaros. 

“A descoberta não descarta a teoria existente, pois os gradientes de campo magnético esperados ainda podem estar presentes, mas significa que os cientistas precisam dar uma olhada mais de perto”, escreveu Richard Horne em um comentário sobre o estudo. “Trata-se de um resultado surpreendente em uma região surpreendente, que leva a uma investigação mais aprofundada das ondas de coro em regiões nas quais o campo magnético da Terra se desvia substancialmente de um dipolo.”

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.

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