Chá para emagrecer e secar a barriga? Entenda os riscos e benefícios

Tomar um chá para emagrecer e secar a barriga rápido parece um sonho. Afinal, muitas pessoas buscam por uma solução fácil para perder peso e queimar gordura corporal. No entanto, algumas receitas que fazem sucesso podem oferecer riscos para a saúde. Por isso, é importante ter atenção quando for apostar nessa estratégia nutricional.

O chá verde é uma boa opção. Bebida natural, com uma série de benefícios para o organismo humano. Um deles, talvez o mais famoso de todos, é a capacidade de auxiliar a queima de gordura corporal. E quando o assunto é emagrecimento, é comum que a popularidade do tema cresça significativamente.

De acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 26,8% dos brasileiros com mais de 20 anos de idade eram obesos em 2019, enquanto 61,7% da população adulta estava com excesso de peso no Brasil. E a tendência é que esse quadro tenha se agravado ainda mais com a pandemia de Covid-19.

“Dados mostram que as pessoas, ao invés de melhorarem o seu consumo alimentar, passaram a comer muito pior. Observamos na nossa clínica pessoas aumentando grandes quantidades de peso e transformando-se em obesas ao longo da pandemia”, conta a nutróloga Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).

Chá verde ajuda a emagrecer, mas não faz milagres

Dessa maneira, como a obesidade oferece grandes riscos para a saúde, tudo aquilo que pode contribuir para o emagrecimento tende a chamar a atenção das pessoas. E com o chá verde não é diferente. No entanto, é preciso ter cautela com produtos que, teoricamente, promovem a perda de gordura corporal – mesmo que eles sejam naturais.

“É preciso lembrar que nenhum alimento ou substância isolada é capaz de promover perda de peso apenas por seu efeito. O chá verde tem uma leve ação termogênica e antioxidante e ajuda na queima de gordura corporal quando aliado a uma alimentação equilibrada e atividade física regular. Porém, o uso em doses concentradas ou prolongadas pode causar inúmeras consequências ao organismo”, explica a nutricionista Paula Caroline de Fabio, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo.

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Alguns famosos medicamentos são comercializados legalmente e sem a necessidade da retenção de receita. No entanto, não significa que sejam seguros ou eficazes. Pessoas com comorbidades, como hipertensão, diabetes ou hepatite A, alergias ou que tomam outras medicações podem ter sérios problemas, mesmo com os emagrecedores mais “naturais”

Por isso, só devem ser consumidos quando há indicação médica. Entre os riscos do uso indiscriminado estão dependência química, efeito sanfona e alterações gastrointestinais, cardíacas e renais
A maioria desses remédios age em receptores cerebrais, reduzindo o apetite e aumentando a saciedade. Alguns também agem como diuréticos, auxiliando na eliminação de líquidos corporais
Especialistas alertam que, além de chás e ervas não funcionarem no emagrecimento, as substâncias podem ser tóxicas para o fígado e para os rins, que são os dois órgãos do corpo responsáveis pela metabolização e excreção de substâncias e medicamentos
Os diuréticos são medicamentos que causam aumento do volume de urina e perda urinária de eletrólitos como: potássio, sódio e magnésio, além de água. Quando consumidos em excesso causam desidratação, reduzem a pressão arterial e podem causar arritmias cardíacas
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A utilização de remédios, chás para emagrecer e diuréticos sem prescrição médica pode ocasionar efeitos colaterais e gerar consequências irreversíveis e, até mesmo, fatais

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Alguns famosos medicamentos são comercializados legalmente e sem a necessidade da retenção de receita. No entanto, não significa que sejam seguros ou eficazes. Pessoas com comorbidades, como hipertensão, diabetes ou hepatite A, alergias ou que tomam outras medicações podem ter sérios problemas, mesmo com os emagrecedores mais “naturais”

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Por isso, só devem ser consumidos quando há indicação médica. Entre os riscos do uso indiscriminado estão dependência química, efeito sanfona e alterações gastrointestinais, cardíacas e renais

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A maioria desses remédios age em receptores cerebrais, reduzindo o apetite e aumentando a saciedade. Alguns também agem como diuréticos, auxiliando na eliminação de líquidos corporais

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Especialistas alertam que, além de chás e ervas não funcionarem no emagrecimento, as substâncias podem ser tóxicas para o fígado e para os rins, que são os dois órgãos do corpo responsáveis pela metabolização e excreção de substâncias e medicamentos

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Os diuréticos são medicamentos que causam aumento do volume de urina e perda urinária de eletrólitos como: potássio, sódio e magnésio, além de água. Quando consumidos em excesso causam desidratação, reduzem a pressão arterial e podem causar arritmias cardíacas

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O consumo de alguns chás pode favorecer o alívio dos sintomas de ansiedade.

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Durante o processo de emagrecimento é preciso mudar o estilo de vida e os hábitos. Por isso, é importante ser orientado por especialistas de educação física, endocrinologistas e nutricionistas

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Doses concentradas podem ser perigosas

Segundo a especialista, entre os principais riscos do uso inadequado e exagerado do chá verde – sobretudo em cápsulas e doses concentradas do produto – estão:

  • Irritações na mucosa do estômago;
  • Insônia;
  • Reações inflamatórias;
  • Interrupção do fluxo da vesícula;
  • Acúmulo de gordura no fígado;
  • Necrose.

“Por ser uma bebida natural, muitos não associam a ela o potencial de problemas. Mas, tudo em excesso gera riscos, inclusive produtos naturais. É preciso atenção. Os chás não são capazes de fazer milagres e precisam ser usados com cautela”, alerta a nutricionista.

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