Universo se tornou mais “complicado e bagunçado” com o tempo; entenda

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, concluíram que o universo ficou “mais bagunçado e mais complicado” nos últimos 13,8 bilhões de anos. Segundo eles, a matéria está distribuída no cosmos de forma menos aglomerada do que os cientistas esperavam. 

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O trabalho foi liderado por Joshua Kim e Mathew Madhavacheril, ambos da Universidade da Pensilvânia. “Nosso trabalho correlacionou dois tipos de conjuntos de dados de pesquisas complementares, mas bem distintas”, disse Madhavacheril. Eles descobriram que muito da história da formação das estruturas é consistente com o que a Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, diz sobre a gravidade.

Por outro lado, eles identificaram uma pequena discrepância na quantidade esperada de matéria agrupada há cerca de quatro bilhões de anos, período considerado recente na história cósmica. “Isso pode ser interessante de se investigar”, sugeriu o pesquisador. Para as análises, a equipe trabalhou com dados obtidos por diferentes instrumentos. 


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A distribuição da matéria escura desde a formação do universo é diferente do esperado pelos cientistas (Imagem: NASA/WMAP)

Ao combiná-los, eles conseguiram distribuir o tempo cósmico em camadas, como se estivessem sobrepondo fotos transparentes do universo mais recente sobre imagens mais antigas, proporcionando uma visão do cosmos em três dimensões. “O Telescópio de Cosmologia do Atacama, que cobre aproximadamente 23% do céu, vem criando a imagem do universo em sua infância usando uma luz fraca e distante que está viajando desde o Big Bang”, comentou Kim. 

Tal luz é chamada de Radiação Cósmica de Fundo (CMB). “Mas às vezes a chamamos de ‘foto de quando o universo era bebê’, porque é um retrato de como era quando tinha cerca de 380 mil anos”, observou Kim. A CMB não foi viajando em linha reta conforme o universo evoluiu, mas acompanhou as mudanças causadas pela gravidade de estruturas massivas. Este efeito, chamado de “lentes gravitacionais”, foi previsto por Einstein

Com a combinação dos dados, os pesquisadores conseguiram sobrepor a história cósmica antiga e a recente, comparando também medições do início do universo e da sua éoca atual. Segundo Kim, a discrepância observada não é suficiente para sugerir que realmente existe uma nova física a caminho de ser descoberta.

Por outro lado, se a diferença observada não for um simples acidente, é possível sim que exista algum processo desconhecido em andamento. Uma possibilidade sugere que a energia escura, a força misteriosa por trás da expansão do universo, pode influenciar mais a formação das estruturas cósmicas do que se pensava. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Journal of Cosmology and Astroparticle Physics. 

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