Entre o pirão e o cinturão (por Roberto Caminha Filho)

Sejam bem-vindos ao mundo fascinante (e meio confuso) da diplomacia global! Hoje, vamos embarcar numa viagem pelos bastidores da política, analisando como o presidente americano, o “Tio Sam”, vê o mundo moderno.

Na visão do Tio Sam, o mundo atual é uma mistura de “quem quer ser um milionário?” e “compre qualquer coisa na promoção da China”. É como se todos os países estivessem num shopping gigante, e, claro, a lojinha de maior sucesso é a dos chineses. Enquanto isso, os Estados Unidos olham para essa galera gastando dólares e pensam: “Sério? Vocês não cansam de comprar bugigangas?”.

A última segunda-feira trouxe uma mudança importante no manual do Tio Sam: homem é homem, mulher é mulher. Para quem estava na dúvida, a definição está mais simples que tutorial de TikTok. Mulher é quem não tem câncer de próstata. Homem é aquele que não precisa se preocupar com endometriose e TPM. Questões resolvidas com um carimbo de “Prático”.

Agora, falemos de algo muito importante: o Brasil. Sim, nosso país tropical, abençoado por Deus e querido por natureza, cheio de recursos naturais. Para o Tio Sam, o Brasil é um verdadeiro tesouro e também motivo de insônia. Afinal, não podem deixar 300 milhões de consumidores serem atraídos pelo irresistível marketing dos chineses e octopus. Aqui, o lema é claro: “Se come do meu pirão, prova do meu cinturão”. A mensagem é direta e cheia de moral. Depois das mais de 400 milhões de visualizações do Nikolas, até o censo do IBGE ficou em xeque.

Agora, que tal uma comparação rápida entre os dois ídolos políticos: Lula da Silva e Donald Trump?

Lula da Silva: Ele é o cara do “Brasil para os brasileiros”. Gosta de conversar, de negociar e é praticamente um “coach” da política, sempre tentando unir a galera. Para Lula, o mundo é uma grande pelada de futebol: todo mundo tem que jogar junto, mas ele é quem escolhe os times e os capitães. O Lula da Silva acaba de proibir taxação sobre o PIX, que nunca foi taxado. O eleitor do Lula entenderá muito bem.

Donald Trump: Tio Sam em pessoa. Com um estilo “dono do mundo”, Trump adora dizer que os Estados Unidos são como aquela casa bacana no bairro: todo mundo quer espiar, mas só entra quem for convidado. Para ele, negociações só acontecem se o outro lado aceitar suas regras. O Lourinho chegou muito democrático… com a bolsa dos outros.

Enquanto Lula tenta ser o diplomata que é, amigo de todo mundo, Trump apresentou-se na linha do “é do meu jeito ou nada feito”. Assim como São Paulo faz com o restão do Brasil. Para Lula, a China é um parceiro comercial; para Trump, é o rival que precisa ser ajoelhado. E quando o assunto é o Brasil? Lula enxerga um futuro cheio de alianças, enquanto Trump quer garantir que nosso café, soja, frango, ferro e outras commodities (produtos pouco processados, como nossos minerais ou agrícolas, insumos para os reis fazerem seus “acabados” e venderem para nós pelo triplo) bem baratinhas, continuem sendo degustadas nos escritórios americanos.

No final das contas, o mundo é uma grande peça de teatro, com cada líder interpretando seu papel. Tio Sam pode até reclamar do excesso de compras na China, mas sabe que, no fundo, até os americanos adoram uma pechincha. E o Brasil? Bom, o Brasil é aquele vizinho cheio de recursos que todo mundo quer como aliado, seja para fazer um churrasco ou para montar um “supernegócio”. Os nossos metais serão sempre bem-vindos em quaisquer portos ou aeroportos do mundo.

Que venham as próximas cenas dessa novela global! E lembrem-se: entre pirão e cinturão, é sempre bom escolher o caminho do diálogo.

 

Roberto Caminha Filho, economista, aposta no Lula e Haddad com chumbo nas luvas.

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