Ao contrário da Colômbia, Brasil não irá aos EUA buscar deportados

O governo brasileiro descartou o uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para buscar brasileiros deportados pelos Estados Unidos (EUA). A questão mobiliza o Executivo desde que 88 cidadãos chegaram ao solo brasileiro acorrentados e sem alimentação.

“Essa é uma questão do governo americano que tem que mandar os brasileiros”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, nesta terça-feira (28/1).

O Brasil está, porém, buscando negociar com os EUA para garantir condições dignas para os deportados. “Nós não podemos admitir que as pessoas venham com aquele tipo de tratamento, inclusive correndo riscos maiores porque o avião poderia ter sofrido acidentes e problemas mais graves”, disse Mauro Vieira a jornalistas após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Após a crise com os deportados brasileiros que chegaram a Manaus (AM) na última semana e ficaram acorrentados no avião, a Colômbia vetou o pouso de dois voos do tipo vindos dos EUA com deportados. Se seguiu uma briga diplomática entre os dois países, que foi resolvida após a Colômbia resolver enviar aviões miliatares aos EUA para buscar seus nacionais.

O Brasil, segundo Mauro Vieira, não planeja seguir esse exemplo.

“[A situação] nos faz agora trabalhar para, junto com as autoridades americanas, procurar formas de que seja feito de acordo com a legislação brasileira e também com as normas de segurança e acolhimento dentro de uma aeronave”, destacou o ministro brasileiro das Relações Exteriores.

Questionado se existe acordo formal que vede o uso de algemas nos cidadãos brasileiro, Mauro Vieira respondeu que, “em solo nacional, não pode e não deve haver [uso de algemas]” e disse que há acordos anteriores, de 2018 e 2021, que regulamentaram parte dessas operações.

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