Marcos Pereira: Lula não terá apoio dos evangélicos em 2026

Presidente nacional do Republicanos, partido ligado a lideranças evangélicas, Marcos Pereira afirmou que Lula tem uma “desconexão” histórica com esse segmento e que não conseguirá amarrar os conservadores para um projeto de reeleição em 2026. Em entrevista à coluna, o chefe da sigla descartou que uma promessa de indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou o oferecimento de ministérios mudará esse cenário.

“É algo histórico. Eu vi uma pesquisa recente, feita pelo mercado, que mostra 79% de voto dos evangélicos em Lula na eleição de 2002. Essa desconexão do presidente Lula e da esquerda com o setor evangélico é causada pelas pautas progressistas. Quando o eleitor evangélico votou em Lula,  não se sabia, penso eu, que esse partido e a esquerda teriam uma postura ativista nas pautas de costumes”, disse Marcos Pereira. Apesar disso, seu partido integra a base do governo no Congresso e comanda o Ministério de Portos e Aeroportos, com Silvio Costa Filho.



Como mostrou a coluna, uma ala do PT defende que Lula assuma o compromisso de indicar um nome evangélico ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso consiga um novo mandato. A ideia foi defendida pelo vice-presidente da sigla, que citou Pereira como uma possibilidade de indicação. O comandante do Republicanos afirmou que um acordo do tipo ajudaria no diálogo com o setor, mas dificilmente seria suficiente para significar um embarque de fato no governo.

“Não sei se amarra, mas ajuda. Toda sinalização que o governo puder fazer ao segmento, é importante. Ajuda pela relevância que o STF tomou nos últimos anos, com o empoderamento da Corte. É uma sinalização muito positiva que o presidente poderia fazer”, disse Pereira. Ele seguiu a mesma linha ao ser questionado se um maior espaço na Esplanada colaboraria para formar uma aliança com lideranças conservadoras e evangélicas.

“Acho que com os conservadores ele não vai conseguir, é muito difícil. Mas acho que reformas são positivas para reoxigenar. O único problema de uma reforma é este timing, penso que deve ocorrer após o carnaval. Quem assumir um ministério e for disputar em 2026, ficará apenas um ano como ministro. Não se consegue fazer muito, a burocracia é muito grande”, comentou Pereira.

Mesmo no governo Lula, Pereira quer candidatura forte da direita

Apesar de ter um aliado no comando de uma pasta no governo Lula, com expectativa de ampliação de indicações na reforma ministerial, Marcos Pereira afirmou que espera uma união dos pré-candidatos conservadores contra o petista em 2026. Sem falar sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), inelegível até 2030, o presidente do Republicanos citou os governadores Ronaldo Caiado (União-GO), Ratinho Jr. (PSD-PR) e Romeu Zema (Novo-MG) como possibilidades.

“Eu acho que esse campo está aberto. Só espero, e seria muito bom, que todo ele tivesse unido em torno de um só nome. Se houver divisão, acho que fica mais difícil uma eleição neste campo contra uma reeleição de Lula”, afirmou Pereira.

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