Presidente do Republicanos quer direita unida contra Lula

Presidente do Republicanos, partido que conta com um ministério no governo Lula, Marcos Pereira quer a direita unida para concorrer contra a reeleição do atual presidente. Em entrevista à coluna, o dirigente da sigla com a 3ª maior bancada na Câmara sinalizou distanciamento do Planalto, com quem articulou a eleição do correligionário Hugo Motta à presidência da Casa.

“Eu acho que esse campo (conservador) está aberto. Só espero, e seria muito bom, que todo ele estivesse unido em torno de um só nome. Se houver divisão, acho que fica mais difícil uma eleição neste campo contra uma reeleição de Lula”, afirmou Pereira. Veja o vídeo:



Até o momento, a direita não conseguiu convergir sobre quem será o candidato, diante da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-mandatário insiste na sua própria candidatura, alegando que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode rever a decisão que o impede de concorrer a cargos eletivos até 2030.

Na entrevista, Pereira afirmou que seu correligionário, o governador Tarcísio de Freitas (SP), deve concorrer à reeleição em 2026. Outros governadores da direita são cotados para disputar o Planalto: Ronaldo Caiado (União-GO), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Júnior (PSD-MG) e Eduardo Leite (PSDB-RS). Filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi “lançado” para a disputa num encontro com o guru conservador Steve Bannon nos EUA.

O Republicanos de Marcos Pereira conta com um ministro no primeiro escalão do governo: Silvio Costa Filho, que comanda o Ministério de Portos e Aeroportos. Além disso, o dirigente articulou com o presidente Lula o apoio do Planalto e do PT a Hugo Motta na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados.

Outros parlamentares também cortejavam o governo na corrida pela presidência da Casa. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, defendia nos bastidores apoio aos baianos Antônio Brito (PSD) ou Elmar Nascimento (União). Pereira, porém, construiu um acordo para apoio do PT ao líder do Republicanos, Hugo Motta, que deve ser eleito no próximo sábado (1/2), com apoio de Lula e Bolsonaro.

Lula não terá conservadores e evangélicos

Ainda na entrevista, Pereira afirmou que Lula não deve contar com apoio de evangélicos e conservadores na eleição de 2026. De acordo com o dirigente, que também é deputado federal por São Paulo, esse cenário não mudará caso o petista ofereça ministérios ou até uma indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“É algo histórico. Eu vi uma pesquisa recente, feita pelo mercado, que mostra 79% de voto dos evangélicos em Lula na eleição de 2002. Essa desconexão do presidente Lula e da esquerda com o setor evangélico é causada pelas pautas progressistas. Quando o eleitor evangélico votou em Lula,  não se sabia, penso eu, que esse partido e a esquerda teriam uma postura ativista nas pautas de costumes”, disse Marcos Pereira.

Ele completou: “Acho que com os conservadores ele não vai conseguir, é muito difícil. Mas acho que reformas são positivas para reoxigenar. O único problema de uma reforma é este timing, penso que deve ocorrer após o carnaval. Quem assumir um ministério e for disputar em 2026, ficará apenas um ano como ministro. Não se consegue fazer muito, a burocracia é muito grande”.

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