Para especialista, crescimento do turismo depende muito dos empreendedores

Para especialista, crescimento do turismo depende muito dos empreendedoresMarco Rogério/Redação SCA

A ação de empreendedores, com investimentos, busca de conhecimento e envolvimento da população local é o ponto vital para que os municípios da região, como Itirapina possam fazer alavancar o seu turismo. Assim, o município, que tem imensas riquezas naturais, com locais belíssimos, poderá atrair cada vez mais os visitantes, gerando emprego e renda e levando a cidade a outro patamar no quesito turismo. 

 
A avaliação é de Antônio Carlos Thobias, ex-coordenador do curso de Turismo da Unicep, ex- secretario de Ciência & Tecnologia, ex- secretario de Turismo de Brotas e atualmente consultor credenciado de Turismo do Sebrae Nacional .  
Thobias explica que são poucas as cidades que compreendem que turismo é atividade econômica e contam com empreendedores apoiados pelo setor público e que apostam neste negócio para gerar riqueza . “Quando os empreendedores não querem atuar neste segmento, não há o que fazer. Paciência, ninguém pode obrigar um empreendedor a abrir um negócio no qual ele não acredita”, analisa ele.  
 
Para ele, reconhecendo e investindo nas suas riquezas naturais o turismo de natureza e o ecoturismo podem avançar muito em Itirapina.  “O turismo é uma atividade econômica igual a qualquer outro empreendimento, se o município não oferece o mínimo para o empreendedor começar, diminuem de forma significativa as chances de colocar os seus recursos no território”, ressalta.
 
Segundo ele, é fundamental para o município, no caso o poder público, ter planejamento e conseguir vender para população que a atividade turística pode trazer desenvolvimento econômico sustentável para todos.   “O empreendedor deve se qualificar e conhecer os desafios que terá pela frente como empreendedor”, comenta. 
 
 Destaca que além das riquezas naturais, Brotas, que é um dos municípios da região que mais recebem turistas, possui um povo hospitaleiro. “O grande diferencial de Brotas esta nos seus empreendedores que acreditaram na atividade turística dia a dia se qualificando e investido tempo e dinheiro“. 
 
Ele lembra que o turismo movimenta diretamente; hotelaria, atrativos turísticos, restaurantes, artesões, agentes culturais, guias de turismo, comercio diferenciado (venda de queijos, doces, pingas etc.) agências de turismo receptivo e, indiretamente, todos os setores econômicos da cidade.
 
Thobias identifica que existe uma falta de competitividade da região como um todo para fortalecer o setor turístico.  Para ele, não há como Itirapina copiar Porto Ferreira. “Não é o caso lá o forte deles é o turismo de compras.  O que os municípios de Porto e Brotas têm um comum que pode servir de exemplo para as demais é  ter uma governança forte formada por grupos de empresários”, afirma. 
 
O secretário adjunto de Turismo de São Carlos, Luis Antônio Garmêndia, afirma a Represa do Lobo, mais conhecida como o Broa pode ser um diferencial para Itirapina. Segundo ele, as parcerias com São Carlos e Brotas podem ser altamente positivas para uma melhor exploração daquele espaço como atrativo para visitantes. “É preciso uma integração regional e investimentos da inciativa privada na represa”, comenta.
 
Segundo ele, tanto São Carlos quanto Itirapina participam do grupo Serra de Itaqueri, que busca ajudar as outras cidades como casos de sucesso, como Brotas, Águas de São Pedro, Piracicaba e outros. “A vocação turística se revela de diversas maneiras. São Carlos recebe muitos turistas, mas voltado para a área de negócios e eventos universitários. Temos hoje cerca de 1.500 leitos na rede hoteleira e precisamos de 3.000 leitos”, comenta . 
 
Nascida e criada em Itirapina, a ambientalista Samarina Gomes Marino destaca que Itirapina tem um grande potencial para turismo rural, de aventura e até mesmo histórico-cultural. “Percebo que por se tratar de uma cidade nova, de população formada basicamente por famílias vindas de outras localidades para trabalhar, que acabam se apaixonando pelo lugar e ficando por aqui, a grande maioria das pessoas não conhece as riquezas, a história e o potencial da cidade”, reflete ela. 
 
De acordo com Samarina, os próprios governantes locais enfrentam certa dificuldade de “fazer vingar” projetos relacionados a história e a cultura locais. “Por outro lado, a crescente demanda por outras necessidades emergenciais dificulta, acredito eu, que se foque nesses projetos que, a longo prazo, melhorariam as condições de vida para todos, populares e visitantes”, comenta. 
 
Segundo ela, a Estação Experimental Estadual, conhecida como Fazendinha, por se tratar de uma área ambiental dirigida pelo Estado tem suas peculiaridades. “Nem todas as ações realizadas em parques nacionais e estaduais podem ser realizadas ali, mas estamos a alguns anos fazendo adaptações nas ideias para tornar sim a área de uso público um espaço de lazer para a população e os turistas, apenas é demorado e burocrático”, conclui. 

Fonte: São Carlos Agora. Leia o artigo original: Para especialista, crescimento do turismo depende muito dos empreendedores

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